por Cristine Britto/Jornal da Cidade
Jackson foi preso político por duas vezes, durante a ditadura militar, em 1972 e 1976. Foi julgado e absolvido em 1978 pela Auditoria Militar da Bahia. Na luta pela democracia, Jackson foi membro da Coordenação da Campanha Nacional pela Anistia e um dos líderes em Sergipe da Campanha pelas Eleições Diretas, em 1984. Foi ainda representante do PMDB na Campanha Nacional pela Eleição de Tancredo Neves e membro do PMDB na Campanha Nacional pela Constituinte. Jackson andou pelo país ao lado de Ulisses Guimarães, Teotônio Vilela, Miguel Arraes e tantos outros, pregando a volta da democracia.
Política e mandatos
Em 1970, continuando a luta pelo restabelecimento da democracia, Jackson Barreto filiou-se ao então MDB e coordenou a campanha dos candidatos da esquerda. Em 1972 foi eleito vereador de Aracaju, pelo MDB. Dois anos depois, foi eleito deputado estadual. Já em 1978 alcançou seu primeiro mandato de deputado federal. Jackson já era uma liderança forte, conhecida em todo o Estado, e muitos já sabiam que ele se tornaria parte fundamental em todos os processos eleitorais a partir dali. Em todos esses pleitos Jackson foi sempre o candidato mais votado, sendo também a voz dos movimentos populares.
Reeleito deputado federal em 1982, com um belo trabalho na luta pela redemocratização, Jackson iria se tornar, em 1985, o primeiro prefeito eleito da capital sergipana, após anos de ditadura e interventores, indicados pelas baionetas militares, sem passar pelo crivo do voto popular.
Vítima de intensa perseguição política por parte das viúvas da ditadura, Jackson foi obrigado a renunciar ao mandato de prefeito. Naquele momento, pesquisas do Ibope apontavam que o governo Jackson tinha aprovação de 92% da população. Destacou-se pelas obras marcantes de infraestrutura em toda a periferia de Aracaju, construção de creches, centros de saúde, áreas de lazer e construção de escolas para zerar o déficit escolar da capital. Foi considerado pelo magistério o grande prefeito da categoria.
Mas a História parecia clamar que o grande líder da capital, amado pela população pobre e odiado pelos órfãos da ditadura, passasse por um processo de consagração. E quando muitos achavam que tinham destruído Jackson, ele se candidatou a vereador da capital e gastando apenas sola de sapato e sua oratória que o povo entendia muito bem foi eleito o vereador mais votado da história de Aracaju, com mais de 23 mil votos.
Jackson voltou à cena política nos braços do povo e elegeu uma bancada de vereadores, dos quais muitos ainda continuam atuando na vida política. Depois de mais uma eleição marcante, volta à prefeitura em 1992. Quase dois anos depois, atendendo a um forte clamor popular, disputou o governo do Estado, numa eleição histórica, onde pela primeira vez um candidato das esquerdas conseguiu uma vitória significativa: uma vitória no primeiro turno e a disputa pelo governo, no segundo. O resto da história todo o povo de Sergipe conhece: a força do poder econômico mostrou a sua cara e Jackson ficou a poucos votos de chegar ao governo.
Depois de disputar o Senado, foi reeleito para a Câmara Federal em 2003 e em 2007. Num processo de alianças buscando a continuidade de um projeto que está mudando Sergipe, Jackson abriu mão de disputar uma vaga para o Senado Federal e aceitou o convite para ser o vice na chapa encabeçada pelo governador Marcelo Déda.
Atuação legislativa
Em todos os seus quatro mandatos de deputado federal, Jackson conseguiu manter uma atuação de destaque: membro da Comissão Mista de Orçamento, membro titular da Comissão de Desenvolvimento Urbano, membro da Comissão de Turismo. Fez parte a CPI da Terra.
Em seu último mandato, o deputado Jackson atuou fortemente pela redução da tarifa e melhoria no transporte público, tendo sido presidente da Frente Parlamentar pelo Barateamento do Transporte. Com base no grande grau de aprovação dos brasileiros – e em especial nordestinos e sergipanos –, foi autor do projeto que dava o direito ao presidente Lula concorrer a um terceiro mandato.
Na Câmara Federal, Jackson lutou pelos aposentados, policiais e professores, apoiando e votando nos projetos ligados a cada categoria. Também defendeu o uso do petróleo do pré-sal para diminuir as desigualdades existentes no país e defendeu ainda os interesses de Sergipe, garantindo recursos para vários municípios, levando obras de infraestrutura importantes para as comunidades do interior. Trabalhou e conseguiu recursos para ampliar os assentamentos do MST. Hoje, em quase todos os municípios sergipanos encontramos uma obra da ação parlamentar do deputado Jackson Barreto.