por GloboEsporte.com
Foi sofrido, suado, catimbado, chorado, polêmico, mas o Flamengo conseguiu, mais uma vez, ser campeão estadual em cima do Vasco. O gol de Márcio Araújo, aos 46 minutos do segundo tempo, decretou o empate por 1 a 1, o que bastou para o Rubro-Negro ser campeão e impor mais um vice para o maior rival.
A conquista, do jeito que foi, conseguida nos acréscimos, faz o time, quatro dias depois da precoce eliminação na Taça Libertadores, fazer as pazes com o torcedor. A decepção deu lugar à alegria contagiante das arquibancadas com um gol que entra para a história do clássico. O volante Márcio Araújo, contratado no começo do ano, pegou rebote de cabeçada de Wallace no travessão e, em posição duvidosa, empurrou para dentro.
– É de arrepiar. Só o Flamengo para nos proporcionar tanta alegria, tanto sofrimento. O torcedor adversário já estava gritando ‘olé’, e a gente pôde fazer o gol. Num momento de angústia, conseguimos coroar com o título – disse um emocionado Márcio Araújo, herói do 33º título estadual rubro-negro.
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Antes do feito de Márcio Araújo, Douglas, aos 30, de pênalti, fez o que deu a impressão de ter sido o gol do título vascaíno, o que colocaria fim ao jejum de 11 anos sem título estadual – desde 2003 o troféu não vai para São Januário. De quebra, o Vasco segue sem conseguir vencer o maior rival em uma decisão, algo que não ocorre desde 1988. Esse foi o sétimo vice do Carioca para o Flamengo de lá para cá.
Vasco com a bola no primeiro tempo
Os dois times pisaram no gramado do Maracanã modificados. O Flamengo não teve Samir, machucado, que deu lugar ao veterano zagueiro Chicão. No Vasco, Adilson Batista escalou o ataque com Thalles e William Barbio, barrando Reginaldo e deixando Edmilson, lesionado, fora. Fellipe Bastos ainda entrou no meio, na vaga do suspenso Everton Costa. O time cruz-maltino teve o domínio do primeiro tempo, com 73% de posse de bola contra apenas 27% do Rubro-Negro, mas foi pouco efetivo e esbarrou na bem postada defesa rival.
A equipe levantou algumas bolas na área em busca de Thalles, sem sucesso. Fellipe Bastos e Douglas arriscaram de longe, também sem assustar a meta de Felipe. Com o campo molhada por causa da chuva que começou a cair logo no começo da partida, os arremates de longe também foram utilizados pelo Flamengo, mas Martín Silva esteve seguro. Os contra-ataques puxados por Paulinho e Everton ora tinham um passe errado no fim, ora eram parados com faltas. Foram seis amarelos na primeira etapa, três para cada lado.
Expulsões e gol histórico
O panorama não mudou na segunda etapa. As faltas duras persistiram, assim como a troca de empurrões e os chutes de longe. Aos 14, André Rocha e Chicão exageraram, chegaram a trocar cabeçadas e foram expulsos. Foi aí que entrou Erazo. O zagueiro equatoriano do Flamengo foi suprir a ausência de Chicão, mas cometeu, em cima de Pedro Ken, pênalti, aos 28. Após muita reclamação, Douglas cobrou com perfeição aos 30 e correu para festejar abraçando os torcedores.
Depois disso, o Vasco foi quem recuou, e o Flamengo atacou de forma desordenada. Foram muitos cruzamentos na área, cortados quase sempre pela defesa cruz-maltina. No entanto, de tanto insistir, o Rubro-Negro conseguiu o gol aos 46. Wallace cabeceou no travessão, a bola quicou e sobrou para Márcio Araújo, que chegou junto com Nixon e tocou na bola para empurrá-la para o fundo da rede, aos 46.
FLAMENGO 1X1 VASCO
Estádio: Maracanã
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique
Público e renda: 42.697 pagantes / presentes / R$ 2.790.765,00
Gols: Douglas (Vasco, aos 29′ do 2ºT) e Márcio Araújo (Flamengo, aos 46′ do 2ºT)
Cartões amarelos: Luiz Antonio, Everton, André Santos, Erazo e Alecsandro (Flamengo) e Diego Renan, Luan, Rodrigo e Guiñazu (Vasco)
Cartões vermelhos: Chicão (Flamengo) e André Rocha (Vasco)
Flamengo: Felipe; Léo Moura, Chicão, Wallace e André Santos (Nixon, aos 41′ do 2ºT); Amaral (Gabriel, aos 31′ do 2ºT), Márcio Araújo e Luiz Antonio; Everton, Paulinho e Alecsandro. Técnico: Jayme de Almeida.
Vasco: Martín Silva; André Rocha, Luan, Rodrigo e Diego Renan; Guiñazu, Pedro Ken, Fellipe Bastos e Douglas; William Barbio (Reginaldo, aos 11′ do 2ºT) e Thalles (Aranda, aos 33′ do 2ºT); Técnico: Adilson Batista.