O comandante geral da Polícia Militar, coronel Maurício da Cunha Iunes, esclareceu na manhã desta segunda-feira, 24, os detalhes da prisão do sargento Edgard Menezes, vice-presidente da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), ocorrida às 10h20 da manhã do último sábado, 22.
Segundo o comandante, o sargento, que trabalha na 3ª Companhia do 1º Batalhão, no Conjunto Leite Neto, zona sul de Aracaju, foi encontrado fora do local de serviço pelo oficial de operações na área do 8º Batalhão da Polícia Militar. Inicialmente, o militar foi convidado a comparecer à Corregedoria da Polícia Militar para que o órgão corretivo avaliasse se cabia a prisão em flagrante por abandono de posto.
O corregedor-geral, coronel Márcio Daltro, ouviu o sargento e várias testemunhas e partir destes depoimentos deu voz de prisão ao sargento. Às 20h do último sábado Edgard foi encaminhado ao Hospital da Polícia Militar, onde ficou em observação por apresentar um quadro de pressão alta. No domingo, 23, por volta das 13h, o militar foi levado ao Presídio Militar, mas não ficou custodiado por conta de determinação judicial.
Iunes afirmou que a prisão ocorreu durante uma reunião da Amese e que naquele mesmo horário o policial estava escalado para tirar serviço em outro local. “No arcabouço jurídico da PMSE consta o crime de abandono de posto, então baseado nisso o sargento foi conduzido até o corregedor geral e ele entendeu que o caso era um flagrante por abandono de posto, crime previsto no Código Penal Militar. Fora feito todos os procedimentos legais e encaminhado para a Justiça”.
O comandante ressaltou, ainda, que não vai tolerar a tentativa de ingerência na hierarquia e disciplina da PM. “Quem deve cuidar da hierarquia e disciplina na Polícia Militar é comando da corporação e a nossa parte é fazer policiamento ostensivo, e não reunião. Não adianta fazer política com a polícia porque a PM é uma polícia de Estado, que pertence ao povo sergipano”, destacou.
Questionado se teria havido ingerência do governador do Estado na prisão do policial, Iunes retrucou. “Isso é um absurdo. O governador do Estado não teve participação nenhuma até porque isso é uma atividade meramente militar. Nem sequer conversei com o governador esses dias, acredito que o governador tomou conhecimento desse caso pela imprensa. Tenho certeza que o nome do governador foi ventilado para criar um fato político. Se alguém quiser fazer um comentário que faça com meu nome coronel Maurício da Cunha Iunes, que assumo minha responsabilidade perante à tropa. O governador não tem responsabilidade nenhuma e não poderia tê-lo até porque como é que ele saberia onde está fulano, beltrano. O fato é que estamos diante de um abandono de serviço e tivemos que cumprir a legislação”, destacou.