Foi preso em flagrante por volta do meio-dia desta quinta-feira, 20, o desempregado José Carlos dos Santos, 42 anos, pela prática dos crimes de aliciamento de criança pelas redes sociais e de armazenamento de fotografias pornográficas envolvendo crianças menores de 13 anos de idade. Os dois crimes estão previstos no artigo 241 letra A e D do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
De acordo com a delegada Mariana Diniz, o pedófilo mantinha contato com as vítimas através de seu perfil na rede social verdadeiro no Facebook e através de identidade “fake” cujo nome utilizado era Yasmin. “Ele fingia ser uma garota de 13 anos, que estimulava as vítimas a enviarem imagens de nudez a fim de facilitar a ação criminosa. O homem, fingindo ser menina, estimulava as crianças a falarem de assuntos inoportunos para sua idade, tais como virgindade, relacionamento com homens mais velhos, entre outros”, disse.
A farsa de José Carlos na rede mundial só foi descoberta depois que a mãe de uma menina de 11 anos desconfiou do conteúdo das mensagens recebidas pela filha e passou a monitorar a Yasmim. “A mãe relata que Yasmin fazia perguntas e enviava mensagens não condizentes com a idade, chegando à conclusão que era um suposto pedófilo que estava mantendo contato com sua filha menor de idade”, explicou a delegada Lara Schuster.
Segundo Lara, o contato do pedófilo com a menina foi se intensificando e durou cerca de quatro meses, mas tudo sob a supervisão da mãe. “Quando o pedófilo mandou uma mensagem para a vítima, dizendo que queria vê-la nua e perguntando se ele poderia marcar um local para tirar uma foto dela sem roupa, a mãe não perdeu a oportunidade e marcou um encontro com a Yasmin, destacou Mariana.
Disposta a fazer Justiça, a mãe da menina, ignorou regras de segurança e marcou um encontro com o suspeito na sua própria residência. “Quando ele apareceu a mãe da criança e um primo dela, que é policial militar, já o aguardava e prendeu José Carlos dos Santos em flagrante”, ressaltou Diniz.
Durante o interrogatório, José Carlos confessou ser pedófilo e disse que há cerca de quatro anos procurou ajuda psicológica para se tratar, mas abandonou o tratamento após a psicóloga dizer que iria denunciá-lo ao Ministério Público. Ele contou também que foi obrigado a fazer esse tratamento, por um integrante de sua família, como condição de não ser denunciado por um abuso sexual praticado contra uma sobrinha de 7 anos de idade.
Ainda no depoimento prestado durante várias horas, as delegadas se convenceram que a imagem dele deveria ser mostrada à imprensa porque ele confessou que atuava na rede mundial de computadores, através do Orkut e do Facebook, há muitos anos e que manteve contato com dezenas de meninas nesse período. “Ele também nos disse que recebia e enviava fotos e vídeos de conteúdo pornográfico infanto-juvenil para outros usuários da rede e que todos os seus contatos tinha cunho sexual”, destacou Mariana.
Cuidados na rede
A delegada Lara Schuster destacou que o comportamento adotado pela mãe da criança na prisão desse pedófilo foi fundamental para a polícia elucidar o caso. “Crianças não podem ficar navegando sem proteção e sozinhas na internet. É uma terra muito perigosa e pessoas mal intencionadas se revestem de pele de cordeiro para conseguir uma aproximação, mas na verdade são os lobo maus dos tempos modernos”, destacou.
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Da SSP/SE