por Murilo Borges, Globo Esporte
Falta boba na intermediária. O batedor ajeita a bola. Com carinho, coloca no ângulo e deixa o goleiro imóvel no centro da meta. Gol, que define o clima do estádio. A mesma jogada que fez o pontepretano roer as unhas causou o grito de gol mais espontâneo de toda a campanha na Copa Sul-Americana. Ponte Preta e Lanús fizeram uma típica final entre brasileiros e argentinos: muitas faltas, catimba, empurrões e técnica, que sobrou nos pés de Goltz e Fellipe Bastos. Como um joga para cada time, a primeira metade da decisão acabou empatada em 1 a 1 nesta quarta-feira à noite, no Pacaembu abarrotado com quase 30 mil fanáticos alvinegros. A disputa pelo título se estende até a próxima quarta, em La Fortaleza, na província de Buenos Aires. Lá, Ponte e Lanús disputam de fato o troféu sem a vantagem dos gols fora. Qualquer empate leva o jogo para os pênaltis. Vitória confirma o título.
Se depender do desempenho desta noite, a Macaca pode ir à Argentina confiante no primeiro título de sua história de 113 anos. O time dominou o primeiro tempo, criou várias oportunidades e falhou duas vezes. Em uma, Santiago Silva ajudou ao perder gol feito. Na outra, Goltz acertou uma bela cobrança de falta para abrir o marcador. O golpe, porém, não foi fatal. A Ponte é guerreira, como a torcida que mais uma vez pegou estrada para liderar o time fora de campo. Porque, no gramado, quem manda é Fellipe Bastos.
O camisa 15 foi dono da Ponte nos dois tempos. Teve a melhor chance na primeira etapa, mas parou em defesa segura de Marchesin. Nos 45 minutos finais, acertou um belo chute em cobrança de falta, no canto direito do camisa 1 argentino. Quase repetiu a dose pouco depois, ao acertar o travessão. Mostrou que está com o pé calibrado e pronto para decidir, como fez contra o Deportivo Pasto nas oitavas de final.
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O próximo capítulo da rivalidade será na quarta-feira. A Ponte Preta, já rebaixada no Brasileirão, cumpre tabela com o Internacional em Caxias do Sul, no próximo domingo. Os titulares folgam para pensar exclusivamente na partida em La Fortaleza, no distrito de Lanús. A cabeça está boa. O empate, apesar de não satisfazer nenhum torcedor nesta noite, dá à Macaca o direito de esperar o Lanús, que, em casa, terá que partir para o ataque pois precisa da vitória. Aí, entra a principal característica da equipe. Se contra-atacar como normalmente faz e fez, a taçafica mais próxima.