Do G1, em Brasília
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou neste sábado (30) que o brasileiro morto na queda de uma aeronave na Namíbia foi identificado como Sérgio Miguel Pereira Soveral. Ele é um dos 33 mortos na queda de um avião da LAM, companhia aérea nacional de Moçambique, que viajava para Angola.
Segundo informações publicadas no jornal português “Diário de Notícias”, Sérgio Soreval era luso-brasileiro e empresário do ramo de transportes de mercadorias.
O Itamaraty, conforme nota divulgada nesta tarde, “está prestando assistência consular à família do nacional por meio das embaixadas na região”.
“O governo brasileiro manifesta suas mais sentidas condolências às famílias das vítimas, ao governo e ao povo moçambicano e às demais nações que tiveram cidadãos vitimados pelo acidente”, informou o ministério.
Havia 27 passageiros e 6 tripulantes a bordo do avião, um modelo E190 fabricado pela companhia brasileira Embraer. Ninguém sobreviveu.
De acordo com o jornal português, Sérgio Soreval era administrador da empresa Joluso, que faz parte do grupo José Luís Soveral – Indústria e Serviços, Lda, fundada em Luanda.
A irmã do empresário, ainda de acordo com o jornal, trabalha no setor de camionagem e se encontra em Moçambique, onde está a sede da Joluso.
De Maputo a Luanda
O voo TM 470 havia decolado na sexta-feira de Maputo, em Moçambique, com destino a Luanda, em Angola, com 27 passageiros a bordo: dez moçambicanos, nove angolanos, cinco portugueses, um francês, um brasileiro e um chinês, segundo a LAM.
O último contato estabelecido com os pilotos havia sido feito quando o avião sobrevoava o norte da Namíbia, onde caia uma forte chuva.
“Minha equipe encontrou o aparelho. Não há sobreviventes. O avião está carbonizado por completo”, declarou à France Presse neste sábado o coordenador da polícia da região namíbia de Kavango (nordeste do país), Willie Bampton, depois de várias horas de busca em uma zona pouco povoada no parque nacional de Bwabwata.
Um guarda-florestal afirmou que as caixas-pretas do avião, incluindo o gravador de voz da cabine, foram localizadas e entregues aos investigadores.
Segundo um técnico do aeroporto de Moçambique, que pediu para não ser identificado, o avião teria caído por causa do mau tempo que fazia na região.
Uma reunião de crise do gabinete foi convocada para o palácio presidencial de Moçambique. Duas comissões foram criadas para investigar o acidente.
Embraer
Em nota, a Embraer afirmou que a aeronave acidentava havia sido entregue à companhia moçambicana em novembro de 2012.
A empresa brasileira disse que se colocou à disposição para auxiliar nas investigações e está preparando o envio de uma equipe de técnicos para o local.
Acidente mais grave
O acidente é o mais grave na história da aviação civil de Moçambique desde a misteriosa queda do avião do presidente Samora Machel, em 1986, na África do Sul, no qual morreram 34 pessoas.
Em 2011, a União Europeia proibiu a LAM de voar em seu espaço aéreo, por questões de segurança.