por Leandro Canônico, Globo Esporte
O acesso era obrigação. O título, também. Depois de confirmar o retorno à elite do futebol brasileiro na 32ª rodada, o Palmeiras conquistou neste sábado, após vitória por 3 a 0 sobre o Boa Esporte, no Pacaembu, pela 36ª rodada, o bicampeonato da Série B. Mas o clima, como era de se esperar, não foi de muita euforia.
Pelo contrário. Sem lotar o estádio, o torcedor palmeirense apoiou, sim, mas parecia fazer questão de não comemorar como título a conquista de mais uma Segundona (já havia ganhado uma em 2003). Só explodiu mesmo nos gols. Foram poucos aqueles que gritaram “é campeão”. E mesmo assim, timidamente. O hino é que foi cantado com mais emoção.
Ao final, os jogadores chamaram a atenção pela comemoração no campo, levando uma faixa de agradecimento ao torcedor: “Obrigado pelo apoio incondicional.”
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Do outro lado, o mineiro Boa Esporte foi contagiado pelo clima morno da partida. Quando ainda estava 0 a 0, o time até mantinha (remotas) chances de alcançar o acesso. Mas depois dos gols palmeirenses, o ritmo caiu drasticamente. A comemorar, apenas a permanência na Série B para 2014.
Palmeiras e Boa Esporte ainda têm mais dois compromissos na Série B do Campeonato Brasileiro. O time de São Paulo encara o Ceará, dia 23, em Cuiabá, e a Chapecoense, dia 30, em Chapecó. A equipe mineira, por sua vez, recebe o Sport, no dia 23, e visita o Avaí, dia 30, em Florianópolis.
A celebração da união entre um casal na arquibancada deu o pontapé inicial no clima de festa da partida no Pacaembu. E os 30 segundos de toque de bola despretensioso entre as duas equipes no começo do jogo confirmaram mais um protesto do Bom Senso FC, grupo formado por jogadores para reivindicar melhorias no futebol.
Quando foi pra valer, o Palmeiras logo assustou. Alan Kardec, em cobrança de falta aos três minutos, acertou o travessão do Boa Esporte. Mas a equipe mineira reagiu rapidamente em lance polêmico. Marcelinho Paraíba cabeceou bem, e Fernando Prass defendeu. Os mineiros reclamaram que o goleiro tirou de dentro do gol.
Já garantido na Série A em 2014 e precisando de apenas mais um ponto para se sagrar campeão da Segundona, o Palmeiras não precisou fazer muito esforço para controlar o adversário. Nem mesmo quando o Boa Esporte teve ótima chance aos 27 minutos. Karanga, sozinho, cabeceou para fora.
Se o time mineiro desperdiçou a melhor chance que teve, o Palmeiras soube aproveitar a sua. No minuto seguinte, após vacilo de Crystian, Wendel ficou com a bola, avançou pela direita e cruzou para Felipe Menezes abrir o marcador no estádio do Pacaembu. O goleiro Douglas foi mal no lance.
Missão cumprida
Diferentemente do primeiro tempo, quando adotou um jogo morno diante do Boa Esporte, o Palmeiras voltou para a etapa final mais acelerado. Quase não deu espaços para o time de Minas Gerais. Bem na marcação, o Verdão usou o contra-ataque como principal arma.
E deu certo. Aos 11 minutos, a equipe do técnico Gilson Kleina chegou ao segundo gol. Charles fez ótima jogada pelo meio e rolou para Leandro na grande área. O atacante do Palmeiras deu lindo drible no goleiro Douglas e tocou para a rede. Na comemoração, bola na barriga para homenagear a mulher, grávida.
Com o Boa Esporte entregue ao clima morno da partida, o Palmeiras passeou em campo. Trocou passes, tentou jogadas de efeito, ameaçou pelas pontas e chegou ao terceiro gol, aos 31 minutos. Após ótimo passe de Eguren, Juninho entrou na área e bateu forte, sem chance para Douglas, que novamente reclamou da defesa.
Alguns poucos gritos de “é campeão” começaram a ser ecoados. Nenhum deles na área das torcidas organizadas. Em raro momento de euforia dos pouco mais de 17 mil pagantes, o torcedor entoou “olé” a cada toque de bola dos palmeirenses. Mas o título da Série B esteve longe de ser comemorado com orgulho.