por GLOBOESPORTE.COM
Botafogo e Flamengo pareciam fazer curvas contrárias no Brasileirão, o primeiro para baixo, o segundo para cima. Só pareciam. O time alvinegro venceu de virada o clássico deste domingo, no Maracanã, por 2 a 1, e quebrou a boa sequência rubro-negra no returno do campeonato. A tabela escancara a importância do resultado: a equipe capitaneada por Seedorf (que novamente jogou bem) retomou a vice-liderança.
Hernane abriu o placar para o Flamengo. E aí Gegê – surpresa na escalação – mudou a história do jogo. Primeiro, fez o gol do empate, ainda na etapa inicial; depois, deu o passe para Rafael Marques virar. O Botafogo não batia o rival no Brasileirão desde o ano 2000 – eram 21 jogos, com 13 vitórias rubro-negras e oito empates, sendo seis seguidos nos últimos confrontos.
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– A gente começou um pouco lento no jogo, mas sabia que nos 90 minutos iria sair com a vitória por causa do nosso jogo. Claro que no final a equipe deles vai no desespero, todos para frente, mas foi merecido. Vamos jogo por jogo tentar somar esses pontos aí – avaliou Seedorf, que deu assistência para o gol de Gegê.
O zagueiro Chicão lamentou a derrota – a primeira do time sob o comando de Jayme de Almeida – e as chances desperdiçadas, sobretudo no segundo tempo:
– Com todo o respeito ao Botafogo… A gente fala que às vezes o futebol não é justo. O Botafogo teve méritos, fez os gols, mas tivemos muitas oportunidades que não soubemos aproveitar.
O Botafogo pulou para 49 pontos (à frente do Grêmio no terceiro critério de desempate, o número de gols marcados), dez atrás do Cruzeiro e nove à frente do primeiro time fora da zona da Libertadores, o Vitória. O Flamengo caiu para décimo, com 37 – 11 atrás do G-4 e cinco à frente do Z-4. A equipe volta a campo na quarta-feira, novamente no Maracanã, contra o Bahia. Um dia depois, o Botafogo visita o Vitória.
Placar igual para dois times opostos
O Botafogo deu 242 passes no primeiro tempo. O Flamengo deu 107. Os números refletem uma realidade que ultrapassa a ideia da posse de bola. Mais do que isso, eles mostram a diferença de estilos das duas equipes: os alvinegros mais horizontais, trabalhando a jogada, buscando os lados, e os rubro-negros mais verticais, acelerando o jogo, saindo em velocidade. Opostos um ao outro, os dois times foram para o vestiário no intervalo com algo em comum: um gol para cada lado.
O time comandado por Oswaldo de Oliveira (de volta à área técnica após a arritmia cardíaca contra o Grêmio) foi mais completo. Finalizou mais, teve mais chances reais de gol e ficou bem mais tempo com a bola no primeiro tempo (58% a 42%). Mas em boa parte do período o Flamengo pareceu mais perigoso. E foram os rubro-negros que pularam na frente. Aos 13 minutos, Carlos Eduardo (de boa atuação) começou uma linda jogada pela direita e foi parar do outro lado para receber de André Santos e encontrar Wallace na área. Do zagueiro, a bola chegou a Hernane. O Brocador fez o que mais costuma fazer no Maracanã: mandou para o gol. Bateu de primeira, no canto esquerdo de Renan: 1 a 0.
O Alvinegro reagiu no seu estilo: aos poucos, de forma pensada, sem atropelos – aproveitando um recuo exagerado do Flamengo. E com a qualidade individual de Seedorf. Caindo, de carrinho, o holandês acionou Gegê na área. O garoto fintou Wallace e fez o gol. Saiu correndo, gritando, eufórico, para celebrar. O Botafogo estava muito vivo na partida.
Virada alvinegra
O Flamengo voltou menos defensivo para o segundo tempo. E deu sinais de que faria outro gol. Ameaçou em bom chute de Paulinho e insistiu com Paulinho, em conclusão por cima do travessão. Beirou a rede quando Elias deu carrinho e não alcançou a bola por muito pouco. Mas o gol não saiu. Ou melhor, saiu: para o Botafogo.
Rafael Marques mereceu. Ele pegou de primeira uma inversão de Seedorf e deixou de fazer um golaço ao ver a bola bater na trave de Felipe. Mas foi recompensado. Aos 18 minutos, aproveitou cruzamento de Gegê, saído da esquerda, e empurrou para o gol. Era a virada.
A reação do Fla foi imediata: Elias, livre, concluiu de cabeça no travessão, e Bruninho parou em defesa impressionante de Renan no rebote. Virou pressão. Elias, pouco depois, esticou-se entre dois marcadores para tocar no cantinho, e a bola saiu por pouco. E teve mais. Luiz Antonio chutou de longe. E nada. Wallace tentou, e Rafael Marques cortou em cima da linha. Chicão desviou, e Paulinho quase completou. O Botafogo, com emoção, conseguiu suportar a blitz adversária. E alcançou uma vitória decisiva.