Ontem à noite, dia 12, em assembleia geral extraordinária, os bancários do Estado de Sergipe decidiram por unanimidade parar por tempo indeterminado, a partir do dia 19 deste mês. A categoria também rejeitou a contraproposta salarial oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), apresentada na quarta rodada de negociações, do último dia 5.
“Em Sergipe, os bancários tomaram uma decisão firme. Referendamos a greve nacional proposta pelos dirigentes do Comando Nacional dos Bancários, até que os banqueiros apresentem uma proposta que contemple as reivindicações da Campanha Salarial 2013/2014”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), José Souza.
Do calendário de luta nacional, a próxima quarta-feira, dia 18, dia anterior a deflagração da greve nacional, os sindicatos e as federações de bancários realizaram assembleias organizativas. Já no 17.09, o Comando dos Bancários estará pressionando os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara Federal.
Conheça a contraproposta pífia
A proposta dos banqueiros foi considerada desrespeitosa à categoria bancária: um reajuste de apenas 6,1% (reposição da inflação prevista) sobre os salários, os pisos, a Participação nos Lucros e Resultados(PLR) e demais verbas de caráter salarial, que sequer repõe a inflação do período de 6,6%. Da campanha salarial, os bancários querem reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real mais inflação projetada de 6,6%), PLR de três salários e piso de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese). Veja matéria completa no site.
Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.
Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.
Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.
Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.
Reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.