Estudantes da Escola Estadual Paulino Nascimento, localizada no Povoado Robalo, Zona de Expansão Urbana de Aracaju realizaram na tarde desta quinta, 18, ato em protesto pela falta de condições de funcionamento da escola.
Segundo os alunos a escola não oferece mais as mínimas condições para receber os estudantes e, além do desconforto, oferece sérios riscos à integridade e à saúde dos alunos e funcionários.
Entre as queixas dos estudantes estão falta de funcionários técnico administrativos, principalmente merendeira e servente de limpeza. As que tem precisam se revezar para atender a todas as turmas e turnos na escola; problemas com a manutenção de bebedouros e ventiladores; mau cheiro que exala do esgoto da própria escola, ao ponto de, em certo dias não se conseguir permanecer no prédio; infestação de cupins e problemas de alvenaria e pintura.
Representantes dos estudantes alegam que a escola necessitaria mesmo de ser reconstruída, dada a situação precária em que está atualmente.
O protesto dos estudantes visa chamar a atenção da Secretária Estadual de Educação para solucionar de imediato esses pequenos problemas e, mais adiante, que o Governo do Estado apresente projeto de reforma e ampliação da escola.
Outro grande problema enfrentado pelos estudantes é a falta de espaço para lazer e para a prática de educação física. A escola não pátio nem quadra de esportes e nos intervalos, no creio e nas aulas de educação física os alunos sofrem com a ausência de local adequado.
Falta de biblioteca é outro grande problema para os estudantes do Robalo, que precisam sair para outros bairros e para o Centro de Aracaju para realizar pesquisas.
Os sanitários também são motivo de reclamação dos estudantes, que alegam que são cubículos apertados e sem conforto nem higiene.
Contam os estudantes que a Escola Paulino Nascimento fica no Km 7 da Rodovia dos Náufragos, no Povoado Robalo e as reformas têm sido paliativos, sem, contudo, sanar os problemas de falta de espaço e de desconforto.
O Governo do Estado já sinalizou em algumas épocas com a possibilidade de ampliação ou de reconstrução do prédio da Escola Paulino Nascimento, mas até agora nada mudou.
A escola passou por uma reforma de manutenção em 1991, sem acréscimo de salas. Em 1999 passou por mais uma reforma, desta vez com ampliação. Em 2001 teve uma área de circulação transformada em sala de aula graças a um mutirão da comunidade. Em 2006, no seu último ano de governo, o então governador João Alves Filho, visitou a escola, acompanhado do seu secretário de Educação, Lindberg Lucena, e ali prometeu publicamente reformar e ampliar a escola, duplicando o número de salas de seis para doze, mas a promessa não saiu do papel. Em 2009 passou por mais uma reforma de manutenção e para reforçar a estrutura de vigas que se encontravam com grandes rachaduras, ameaçando a segurança de todos. Naquele ano a escola foi interditou a escola em caráter de urgência pelo Ministério Público do Estado de Sergipe, através do Promotor de Justiça dos Direitos à Educação, Luis Fausto Valois.
A decisão foi tomada após a realização de uma vistoria técnica que detectou problemas gravíssimos na estrutura da Escola.
O laudo concluiu que o prédio corria risco de desabamento, o que colocava em risco a integridade física dos que frequentavam a unidade escolar. O relatório apontou que e escola apresenta avarias comprometedoras, com rachaduras e casas de cupim no teto e nas paredes da sala de despensa, da sala de professores e na secretaria. Os engenheiros também detectaram que a base de uma das colunas do prédio estava comprometida e que muros e telhado estavam simplesmente escorados. Problemas de acessibilidade também foram apontados pelo laudo técnico do MPE.
Os estudantes prometem realizar novo protesto durante toda a tarde de sexta-feira, 19, até que a Secretária de Estado da Educação apresente uma proposta para os problemas encontrados.
HISTÓRICO: a Escola Estadual Paulino Nascimento foi fundado aproximadamente nos anos de 1960. Sua primeira reforma deu-se no ano de 1981 e a segunda reforma em 1991. Em 1998 e 1999 houve sua primeira ampliação. No início havia apenas uma sala de aula e a outra era a residência da professora. Com a ampliação de 1999 foram construídas mais três salas de aula, a sala do Comitê Pedagógico e a sala da direção, como também a primeira parte do pátio. O Sr. Anito, um morador da comunidade, abriu espaço em sua residência para alfabetização de crianças que não tinham acesso à escola.
O número de crianças foi aumentando a tal ponto de não ser possível atender a todos em sua residência, ele teve a ideia e a inspiração de construir em seu próprio terreno uma escola pequena, mas com estrutura mais adequada que em sua residência.
Por fim, o Poder público melhorou a estrutura da escola e ainda não havia nome na escola e então foi sugerido dá o nome de Anito, mas ele preferiu homenagear o sogro Paulino Nascimento, visto que o terreno onde a escola foi construída foi doação de Paulino. Paulino não foi alfabetizado, mas tinha muito interesse que seus conterrâneos tivessem essa oportunidade, que ele não teve, mas que tanto desejava e não teve quem fizesse o mesmo que ele fez.
Atualmente, o Paulino funciona nos três turnos com 22 turmas e cerca de 800 alunos, oferecendo as seguintes modalidades de ensino: Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJAEF. Há também algumas turmas do Ensino Médio que funcionam em um polo do Paulino, que fica em Areia Branca, no prédio da Escola Municipal Florentino Menezes. Possui LTE (Laboratório de Tecnologia Educacional) e Sala de Recurso Multifuncional.
ASCOM / ADCAR