“Este ano em que comemoramos o centenário do excepcional Luiz Gonzaga, o pai e rei do baião, muito já se falou. No entanto, quando se trata de celebrar o nascimento de um gênio da cultura brasileira, não há excessos, só restam lacunas. Portanto, ainda cabe à Câmara dos Deputados fazer sua especial homenagem ao maior cancioneiro dos ritmos nordestinos da história brasileira”.
Foi desta forma que o deputado federal Márcio Macêdo (PT) iniciou pronunciamento na sessão solene em homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga nesta quinta-feira, 13, na Câmara Federal.
No discurso, o parlamentar sergipano falou da força histórica, cultural e musical do maior artista nordestino, destacou o filme “Gonzaga – De Pai para Filho” e se disse “como brasileiro, envolvido em um sentimento de muito orgulho” pela trajetória brilhante de Luiz Gonzaga.
“A toada, o timbre e a inconfundível harmonia melódica de Gonzagão traduziu, à perfeição, a combinação antagónica de humores que habitam a alma nordestina. Sem dúvida, de tão afinado com as agruras e as alegrias do sertão, Luiz Gonzaga não se furtou a difundir seu canto Brasil afora, mediante novos e modernos meios de comunicação”, afirmou.
Para Márcio, “o fenômeno Luiz Gonzaga” se encaixa como modelo emblemático do processo de modernização da cultura brasileira iniciado na década de 1940, popularizando o som do Nordeste nos centros urbanos do Sul e do Sudeste.
“Não por acaso, o baião acabou por se consumar como gênero nacional, do radio à televisão, do cinema à indústria fonográfica, da crítica musical aos conservatórios clássicos. Como bem apontam os historiadores da música brasileira, graças a Luiz Gonzaga, o Nordeste saiu da sombra e se fez luz na mídia”, resssaltou.
O deputado sergipano lembrou que o “trio de sanfona, triângulo e zabumba” foi consolidado por Luiz Gonzaga, “como a melhor solução para a decantação dessa rítmica sertaneja desidratada”.
Sobre o filme “Gonzaga – De Pai para Filho”, Márcio avaliou a película como extraordinária. “É um filme emocionante, espetacular! Mais do que a história de um herói e da própria música, é uma belíssima história de pai e filho, uma ligação tão bela e, neste caso, tão musical”, afirmou.
Márcio Macêdo ainda falou da “melodia imortal de Asa Branca”, que com apenas cinco notas musicais, envolve “uma alquimia melódica inspirada na passagem direta das tradições orais sem autoria ao domínio mercantil da canção urbana no Brasil”.
Ao final, o deputado destacou a trajetória histórica de Luiz Gonzaga do Nascimento, que nasceu em Exu, Pernambuco, em 1912, filho de um respeitado sanfonista, Seu Januário. “Nossa singela homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga representa, por fim, uma parte ínfima de sua incomensurável contribuição para a cultura musical do Brasil. Parabéns aos familiares, parabéns ao povo brasileiro pela história, pela linda história de Luiz Gonzaga”, encerrou.
Assessoria Parlamentar