O sábado começou com más notícias para o Vasco, que confirmou as saídas de Fagner e Diego Souza, negociados. À noite, entretanto, a torcida encontrou motivos para sorrir. O time recebeu o Santos, em São Januário, e não teve dificuldades para vencer o rival, que tem jogado desfalcado de seus maiores craques, Neymar e Ganso, que estão a serviço da Seleção olímpica. Douglas e Alecsandro fizeram os gols da vitória cruz-maltina pelo placar de 2 a 0. A partida foi válida pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, o Vasco chegou a 26 pontos e se manteve em segundo lugar, a dois pontos do líder Atlético-MG, que também neste sábado goleou o Sport na Ilha do Retiro por 4 a 1.
– Estamos sabendo jogar as partidas. São todas totalmente diferentes. Contra o São Paulo (vitória por 1 a 0) foi uma, hoje foi outra. Estamos mantendo a humildade de marcar e tendo a qualidade para fazer o melhor – disse Alecsandro, artilheiro do Brasileiro (sete gols).
O Peixe, por sua vez, segue na 14ª colocação, com modestos dez pontos. O time continua sem conseguir sequer fazer gol nos jogos fora de casa neste Brasileirão.
– Não podemos reclamar, porque a gente não se preparou bem. Tinham de ter chegado mais jogadores. Estamos pagando por isso e temos de levantar a cabeça porque temos um ano todo pela frente – avaliou o técnico Muricy Ramalho.
O Vasco volta a campo na próxima quarta-feira. O time faz o clássico contra o Botafogo, no Engenhão. No dia seguinte, o Santos visita o líder Atlético-MG, em Belo Horizonte.
Sem poder mais contar com Diego Souza e Fagner, negociados, o técnico Cristóvão Borges promoveu a estreia de Auremir na lateral direita do Vasco. No setor de criação, Carlos Alberto ficou com o lugar do antigo camisa 10 ao lado de Juninho. Wendel e Nilton formaram a dupla de volantes. Felipe, com dores no joelho esquerdo, foi vetado da partida.
Bola parada decide
No lado do Santos, as ausências de Neymar e Ganso, que estão na Seleção olímpica, assim como o goleiro Rafael, pesaram. O Peixe teve em campo o jovem Felipe Anderson com a função de criar. O ataque foi formado por Dimba e Miralles. A dificuldade para chegar perto do gol adversário foi muito grande.
Nos minutos iniciais, o Vasco tratou logo de impor seu ritmo. Carlos Alberto, após cruzamento de Eder Luis, por pouco não abriu o marcador, aos 3.
A defesa santista, que não poderá contar mais com o lesionado Edu Dracena até o fim do ano, teve Bruno Rodrigo ao lado de Durval no miolo de zaga. E foi numa engrossada do substituto de Dracena que o Vasco tirou o zero do placar. Após cobrança de escanteio, o zagueiro do Peixe foi tentar afastar, furou e viu a bola bater nele e ficar limpa, na pequena área, para Douglas. O vascaíno encheu o pé e correu para o abraço.
Em vantagem, o time da casa continuou dono do jogo ao longo de todo o primeiro tempo. Os santistas, sem ligação alguma entre defesa e ataque, não tiveram um lance de perigo sequer até o intervalo.
O Vasco poderia ter ampliado em ao menos duas oportunidades. Numa delas, Douglas obrigou Aranha a fazer uma boa defesa. No rebote, o mesmo Douglas tocou para o meio da pequena área. Carlos Alberto tentou empurrar para a rede de voleio, mas furou. Já perto do fim da primeira etapa, Juninho, em cruzamento que mais pareceu um chute, viu Aranha se esticar todo para mandar a bola para escanteio.
Alterações pouco melhoram o Peixe
Na volta para o segundo tempo, o técnico Muricy Ramalho tentou dar novo gás ao time do Peixe. Ele sacou o atacante Miralles para lançar Victor Andrade, também homem de frente. O Santos, entretanto, não teve tempo para experimentar o novo panorama da partida. Logo aos 2 minutos, a equipe sofreu o segundo gol. Após escanteio batido por Juninho antes do primeiro pau, Alecsandro apareceu para desviar de cabeça e fazer a festa da torcida vascaína. Foi o sétimo gol do atacante, artilheiro isolado do Brasileirão.
Com dois gols de desvantagem, o Santos tentou, ainda que timidamente, buscar mais o ataque. O time, entretanto, seguiu com dificuldade para assustar o rival. O primeiro lance de perigo em todo o jogo só aconteceu aos seis minutos: Adriano bateu falta de longe, uma bomba, e Fernando Prass teve de se virar para espalmar.
Aos 14, Muricy fez sua segunda alteração na partida. O atacante Dimba deu lugar ao meia ofensivo João Pedro. O andamento do jogo, porém, pouco mudou. O Peixe, embora tentasse, não conseguia levar perigo ao gol de Fernando Prass.
No lado do Vasco, a primeira substituição se deu aos 20 minutos. Cristóvão Borges tirou Carlos Alberto e lançou o atacante Pipico. Os vascaínos puxaram o freio de mão na partida e até permitiram que o Santos se arriscasse à frente. Felipe Anderson, em penetrações pelo lado esquerdo, chegou a levar algum perigo. Numa delas, rolou a bola rasteira, para o meio da área, mas ninguém apareceu para concluir.
Mesmo com o ritmo mais baixo, o Vasco não deixou de assustar o Peixe nos lances de bola parada. Todo escanteio causava calafrios à defesa santista. A partir dos 30 minutos, Cristóvão tratou de queimar suas últimas alterações. Fellipe Bastos, já com a situação regularizada, voltou ao time no lugar de Wendel. Depois, Diego Rosa entrou na vaga de Juninho, que deixou o campo aplaudido.
Daí para o fim, a partida se arrastou quase sem emoções. A se destacar apenas uma boa arrancada de Eder Luis, pelo lado direito da área, mas o goleiro Aranha estava atento e segurou o chute do atacante vascaíno. No fim, festa da torcida em São Januário.
Globo Esporte