A estrela de Romarinho brilhou novamente. Decisivo no clássico contra o Palmeiras, no último fim de semana, o atacante voltou a salvar o Corinthians nesta quarta-feira e marcou o gol que sacramentou o suado empate por 1 a 1 com o Boca Juniors, em La Bombonera, no primeiro jogo da final da Copa Libertadores.
O placar foi inaugurado aos 27 minutos do segundo tempo, após escanteio cobrado por Riquelme. Santiago Silva cabeceou em cima de Chicão e Roncaglia aproveitou a sobra para balançar as redes. Sofrido do jeito que o torcedor corintiano gosta, Romarinho recebeu grande passe de Emerson e tocou por cima de Orión para empatar o duelo aos 40 minutos.
Com o resultado obtido em Buenos Aires, o Corinthians leva para São Paulo a chance de decidir o título com uma vitória simples. Como os gols marcados fora de casa não contam vantagem na final do torneio, qualquer empate levará a partida para a prorrogação e, posteriormente, pênaltis. O duelo que definirá o título será disputado na próxima quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), no Pacaembu.
O Jogo – A maioria dos jogadores que integram o elenco corintiano ainda não havia disputado um jogo em La Bombonera. No entanto, o desconhecimento do lendário estádio argentino não intimidou a equipe comandada pelo técnico Tite. A boa disposição tática impediu o avanço dos donos da casa no início do confronto e assustou a torcida local na primeira chegada do Corinthians ao campo de ataque.
Aos sete minutos, o volante Paulinho limpou a marcação no meio-campo e carregou a bola mais para frente. O jogador arriscou o tiro de fora da área e obrigou o goleiro Orión a saltar para evitar o gol corintiano. Com certa pose na hora de espalmar, o arqueiro esticou o braço e mandou o tiro para a linha de fundo.
A jogada seria a única finalização brasileira no primeiro tempo e motivaria o início dos primeiros desentendimentos entre os times. Irritado com os lances individuais de Emerson, Erviti foi tirar satisfação com o atacante aos 12 minutos e precisou ser afastado por seus companheiros de clube enquanto discutia com o atleta.
Sem cair no jogo dos argentinos, o Corinthians permaneceu no ataque e criou boa chance após intensa troca de passes no campo ofensivo. Emerson recebeu na ponta esquerda e tocou para Paulinho na entrada da área. O volante trabalhou a bola e lançou Danilo, que estava livre de marcação. O jogador tentou carregar o esférico para junto de si e se atrapalhou no lance, deixando de graça com a marcação adversária.
Os minutos que se seguiram foram marcados pelos constantes erros de Alex e a insistência do Boca Juniors em tentar chegar ao ataque com passes longos vindos do meio-campo. Roncaglia ainda receberia o primeiro amarelo da partida depois de cometer falta dura em Emerson. A infração irritou o atacante e deixou os ânimos das duas equipes mais exaltados.
Diante da tensão encontrada dentro de campo, Santiago ‘El Tanque’ Silva tentou uma jogada de efeito para recolocar o Boca Juniors na partida. O centroavante recebeu cruzamento aos 34 minutos e jogou o seu corpo para trás para aplicar uma clássica bicicleta. Entretanto, a jogada foi mais plástica do que efetiva, uma vez que o tiro saiu fraco e parou na marcação corintiana.
Administrando a pressão do Boca Juniors em seu campo defensivo, o Corinthians precisou conviver com uma importante baixa antes do apito final. Jorge Henrique não suportou uma lesão sofrida durante a etapa inicial e deixou o campo para a entrada de Liedson aos 38 minutos. No lance seguinte, uma grande confusão se instauraria na área argentina e motivaria reclamações dos dois lados com a arbitragem.
Emerson partiu em velocidade pela esquerda e sofreu falta violenta de Roncaglia na entrada da área. O argentino já tinha recebido o amarelo e se ausentou da confusão. Irritado, o atacante brasileiro se levantou e viu Erviti vir tirar satisfações novamente. Enquanto os dois discutiam rispidamente, Riquelme passou a argumentar com o juiz e recebeu cartão amarelo depois de insistir nas reclamações.
Alheio às confusões dentro de campo, Chicão cobrou a falta aos 41 minutos e isolou a bola pela linha de fundo. A finalização seria a última que provocaria qualquer ameaça aos goleiros. Antes do término do primeiro tempo, os argentinos do Boca Juniors discutiriam brevemente com os corintianos depois de uma falta cometida por Paulinho em Riquelme, mas nenhuma confusão mais séria foi gerada neste lance.
Com o apito do árbitro, as duas equipes foram para os vestiários debaixo dos gritos de incentivo da torcida do Boca Juniors. Irrequietos, os argentinos continuaram com a cantoria assim que os times pisaram no gramado e soltaram um longo suspiro aos quatro minutos da etapa complementar. Erviti conseguiu achar espaço na marcação corintiana e cruzou para o centro da área. Sozinho, Riquelme chutou de primeira, mas a bola subiu muito e passou rente ao travessão de Cássio.
A finalização nos primeiros minutos da etapa complementar empolgou Riquelme e motivou novas investidas do temido camisa 10 do Boca Juniors. Aos nove minutos, o meia tentou o chute de fora da área e mandou muito longe do gol. Na sequência, o armador acertou passe em profundidade para Santiago Silva, mas o centroavante foi flagrado em posição irregular pelo bandeira.
Nos minutos seguintes, as equipes demonstraram pouca objetividade e muita segurança no setor defensivo. Com tal panorama na partida, os torcedores foram ver um novo lance de perigo apenas aos 16 minutos. Em um lapso de atenção dos corintianos, Riquelme avançou pela esquerda e achou Mouche livre de marcação. O atacante concluiu na cara do gol e obrigou Cássio a se agachar para defender sem dar rebote.
A frieza de Cássio ao encaixar a bola foi demonstrada novamente diante das constantes vaias que o arqueiro recebia ao cobrar um tiro de meta. O chute longe do camisa 01 passou a ser a única opção do Corinthians para chegar ao ataque, já que Alex e Danilo não conseguiam cumprir com suas obrigações na intermediária. Danilo tentaria deixar o seu depois de ter recebido cruzamento da direita, mas a bola subiu muito e não ameaçou Orión.
O Boca, por sua vez, continuava trocando passes na intermediária e esperava o erro corintiano para invadir a área. Aos 23 minutos, Erviti fez belo passe para Santiago Silva e viu a bola passar por debaixo dos pés do centroavante uruguaio. Quatro minutos depois, o jogador tentaria lance individual na esquerda e conseguiria o escanteio que ditaria um novo rumo na partida.
Na cobrança, Riquelme lançou dentro da área e Santiago Silva aproveitou a sobra para mergulhar de peixinho. Com a mão, Chicão evitou o gol e fez a bola bater na trave. No entanto, Roncaglia chegou livre de marcação e concluiu para o gol vazio. O lance incendiou La Bombonera e rendeu um cartão amarelo para o zagueiro brasileiro.
O jovem jogador tocou por cima de Orión e empatou a partida aos 40 minutos do segundo tempo
Ciente de que a apatia de seu time não poderia se repetir no restante do confronto, o técnico Tite apostou em Romarinho e colocou o jogador no lugar de Danilo. Iluminado ao marcar os dois gols na vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras no fim de semana passado, o jogador foi abençoado mais uma vez e decidiu a favor do Timão. Aos 40 minutos, Paulinho roubou bola no meio-campo e tocou para Emerson. O jogador girou sobre o seu marcador e lançou o jovem atacante. O atleta invadiu a área e tocou por cima de Orión, silenciando La Bombonera.
No restante da partida, Tite soube reorganizar o Corinthians e impediu o avanço do Boca Juniors. A grande chance dos argentinos seria criada aos 45 minutos da partida. Após cruzamento da esquerda, Viatri acertou o travessão de Cássio e Cvitanich não conseguiu aproveitar a sobra para recolocar o time à frente. Com a pressão controlada, o Timão assegurou a igualdade e impediu o clube argentino de levar qualquer vantagem para o Pacaembu.
Gazeta Esportiva