Torre de palco no qual cantor sertanejo morreu estava energizada, apontou perícia
Enio Knak Júnior recebeu uma descarga elétrica durante show, em Santo Ângelo
Uma das torres do palco no qual o cantor sertanejo Enio Knak Júnior, 28 anos, morreu durante um show, em Santo Ângelo, no domingo, estava energizada, conforme análise da perícia feita nesta terça-feira no local. O perito do Instituto Geral de Pericias, engenheiro eletricista Flávio Kurkowski, que vistoriou os equipamentos de som e toda a montagem do palco do Clube Gaúcho, comprovou uma carga elétrica de 219 voltz em uma das torres. “O local onde a vitima caiu possui todas as condições de provocar o óbito”, afirmou o perito.
O trabalho de perícia foi acompanhado pelo delegado de polícia Rogério Junges, que instaurou inquérito, e pela diretoria do Clube Gaúcho, que estava acompanhada por dois advogados e mais um engenheiro eletrecista. O perito encostou fios elétricos na estrutura metálica e também na quina de uma escada de metal que leva ao mezanino do clube, o que provocou o acendimento de uma lâmpada de 60 watts.
“O músico se abaixou para apanhar algum instrumento e quando segurou com uma das mãos na torre metálica acabou encostando as costas na quina da escada, que possuía ponto zero de energia e serviu como terra, sendo então fatal para provocar sua eletropressão”, disse Kurkowski. Isso justifica o fato do corpo de Enio Knak Júnior apresentar um risco horizontal nas suas costas, única marca provocada pela queda e pelo choque. O perito também concluiu que a montagem dos equipamentos de som estariam fora das normas de segurança, ou seja, com problemas nas conexões elétricas e nos holofotes.
Flávio Kurkowski prometeu encaminhar a polícia civil de Santo Ângelo o laudo conclusivo da pericia em até 10 dias. O delegado de polícia Rogério Junges liberou todas as instalações do salão de festas e do palco do Clube Gaúcho para a limpeza e retirada dos equipamentos de som. “A partir da comprovação do local onde o músico estava e as condições de sua morte, iremos montar com o testemunho dos envolvidos as condições como isso aconteceu”, afirmou o delegado. Junges disse que serão ouvidos os músicos participantes da banda e a diretoria do Clube Gaúcho.
Fonte: Paulo Renato Ziembowicz / Correio do Povo