A diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, assumirá a presidência da Petrobras no lugar de José Sergio Gabrielli. A troca pode ocorrer na próxima reunião do Conselho de Administração da estatal, prevista para 13 de fevereiro. A mudança era um desejo antigo da presidente Dilma Rousseff, que vai aproveitar a minirreforma ministerial iniciada na semana passada. Ela já acertou a troca com os dois executivos da estatal. As substituições não devem parar por aí. Outros diretores, como o de Finanças, Almir Barbassa, e de Exploração e Produção, Guilherme Estrela, também poderão deixar a empresa.
Gabrielli acalentava há tempos o desejo de sair da presidência da Petrobras, cargo que ocupa há seis anos. Mas o plano era desembarcar do governo federal em 2013, no mais tardar, em 2014. Ele deve ser o candidato do PT à sucessão de Jaques Wagner no governo baiano. Gabrielli chegou a ser cotado para a prefeitura de Salvador, mas o PT optou pelo deputado federal Nelson Pellegrino (BA).
Seguindo a legislação federal, Gabrielli passará por um período de quarentena. O Correio apurou que, a ele, se seguirá um recesso pessoal para descanso. Após essa fase, Gabrielli deverá assumir um cargo no governo de Wagner. As opções mais cotadas são: secretaria de Indústria e Comércio ou a Secretária de Fazenda.
Maria das Graças Foster é uma técnica respeitada e dura na cobrança de resultados, características que a aproximam do perfil de ação de Dilma Rousseff. A admiração mútua consolidou-se quando Dilma tornou-se chefe da Casa Civil e a Petrobras passou a ter um papel preponderante no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Dilma tentou indicar Foster para a chefia da Casa Civil em 2010, mas acabou cedendo aos apelos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu o nome de Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha presidencial do ano passado.
Aprovação é recorde
Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na tarde de ontem mostra que a presidente Dilma Rousseff é aprovada por 59% dos brasileiros, que consideram a gestão ótima ou boa. Outros 33% classificam a gestão como regular e 6%, como ruim ou péssima. De acordo com o instituto, o índice de aprovação ao fim de um primeiro ano de governo é recorde, maior do que o alcançado por todos os presidentes que antecederam Dilma desde a volta das eleições diretas. O Datafolha ouviu 2.575 pessoas em 18 e 19 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense