O Governo Federal decidiu pela demissão do diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alessandro Moretti. A demissão acontece no bojo de mudanças na cúpula da agência em meio a investigações da Polícia Federal, que apura suposta espionagem ilegal pelo órgão. A informação é da coluna de Gerson Camarotti, do g1.
A demissão de Moretti já era esperada pelo Palácio do Planalto, uma vez que o nome do diretor adjunto foi citado nas investigações sobre um “possível conluio” dos investigados na operação com a atual direção da Abin.
Fontes ouvidas pela agência de notícias Reuters apontam que Lula também é pressionado pela demissão do diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, com o presidente quem tem proximidade. Corrêa atuou como diretor-geral da PF durante o segundo mandato de Lula e é da confiança do presidente.
Segundo a Polícia Federal, as investigações apuram movimentações ilegais na agência ocorridas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que autorizou as ações e revelou os apontamentos da PF sobre a atuação da cúpula da Abin nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um dos alvos da operação é o filho do ex-chefe do Executivo, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que foi alvo de mandados de busca e apreensão como parte de uma investigação sobre a suposta existência de uma “Abin paralela”.
Na manhã de quinta-feira, 25, o ex-diretor da Abin e atualmente deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também foi alvo de mandados de busca e apreensão. A operação, batizada de “Vigilância Aproximada”, é um desdobramento das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
“As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”, informou a corporação.
Os nomes dos alvos não foram divulgados. Os investigados podem responder pelos seguintes crimes:
invasão de dispositivo informático alheio;
organização criminosa; e
interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
A Abin é o órgão responsável por fornecer informações e análises estratégicas à Presidência da República para contribuir em tomada de decisões.
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Fonte: G1