“Eles jogaram ela num camburão como uma bandida. Uma grande falta de respeito, eles são muito grosseiros, não respeitam mulher. Eles atacaram ela como se ela fosse bicho, nem com animal se faz isso. Queremos justiça”. A informação é do jornalista Leonardo Dias, do portal FANF1.
O relato é de uma mulher que, com medo, prefere não se identificar. Ela conta que saiu para lanchar com uma amiga na madrugada desta segunda-feira, 7, no bairro Salgado Filho, em Aracaju, mas não imaginava que um momento de lazer pudesse se transformar em um filme de terror, que terminou com a amiga agredida e presa.
“Ela passou na minha casa e fomos lanchar, sentamos e pedimos o lanche. Foi quando um policial chegou e começou a falar com um rapaz, ele estava gritando muito e dizia ‘você cuidado, se ligue que estou de olho em você. Diga a **** que também estou de olho nele’. Uma moça se incomodou, se apresentou como advogada e reclamou da abordagem”, narra a denunciante.
A testemunha relata ainda que, neste momento, pessoas perceberam os ânimos exaltados dos policiais e começaram a filmar, com o celular, o princípio de confusão.
”Achamos uma estupidez a forma que o militar estava falando com a mulher. Ele foi muito ignorante. Ele nos intimidou e eu disse que também tinha parente policial. Policial deveria ter um pouco mais de consideração, ele se irritou, ele não estava bem, e disse ‘quer filmar? Então vou filmar vocês também’”, relata.
Ao questionar a atitude do militar em filmá-las, a mulher conta que a amiga, contadora, foi agredida e presa.
“Ele falou algo, ela também. Ele foi em cima dela e deu um murro, começou a socar ela, ela caiu no chão. Ele bateu muito, foi muita violência. Ela ficou sem roupa. Ele algemou ela e muita gente filmou. Eu fiquei travada, sem conseguir me mexer. Foi nesse momento que outro policial veio com um revólver na mão me intimidar e dizia ‘filme agora’”, conta.
A mulher foi encaminhada para a Central de Flagrantes, na Zona Norte. “Meu medo era que eles fizessem mal a ela. Pedi para fazer um boletim de ocorrência, mas não deixaram. Nunca senti tanta humilhação. Jogaram ela num camburão como uma bandida. A mulher foi liberada horas depois. Fomos ao Nestor Piva, mas o médico não quis fazer o corpo de delito, sem uma ordem judicial”, disse.
Ela continuou: “Queremos Justiça, isso não existe, somos mulheres e na semana da mulher passarmos por isso. É grave. Houve falta de respeito, são muito grosseiros, não respeitam mulher. Não conseguimos nos defender”.
Outra testemunha do fato, que também optou pelo anonimato,
“Nunca vi algo parecido. Parecia uma cena de filme de terror. Total covardia e despreparo, abuso de autoridade, ele estava surtado. Outro policial chegou a mandar a contadora tomar no **. Eles bateram e jogaram mesa e cadeiras nela. Como é que um policial homem aborda uma mulher? Não deveria ser uma mulher?”, questionou a mulher.
Segundo a Polícia Militar durante patrulhamento, as viaturas Leão 02 e Leão 04 realizaram uma pausa na lanchonete Galego Lanches para comprar uma refeição. De acordo com as informações “Após o procedimento de abordagem uma suspeita se sentiu incomodada e resolveu repreender a ação policial. No momento, ela se exaltou e proferiu palavras de baixo calão para o soldado”
Ainda de acordo com a PM a suspeita jogou um sanduíche no rosto do SGT Eduardo, que se esquivou. A nota também afirma que no local haviam várias pessoas com indícios de embriaguez e que foram arremessadas latas contra a equipe policial.
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Fonte: FANF1