Em operação deflagrada pela Delegacia de Capela, com o apoio do 9º Batalhão da Polícia Militar (9º BPM), do Núcleo de Investigação do Instituto de Identificação e da Divisão de Inteligência (Dipol), foi deflagrada uma operação que desarticulou um grupo criminoso envolvido com a falsificação de certidões de nascimento para a emissão de carteiras de identidade falsas. A ação policial, que foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (11), foi concentrada na cidade de Capela. A operação resultou nas prisões de Paulo dos Santos Gomes e de Romário Alves Ramos.
De acordo com o delegado Wanderson Bastos, as investigações identificaram uma organização criminosa que estava patrocinando a emissão de RGs falsos. Em torno de 200 carteiras de identidade foram solicitadas a partir da atuação do grupo criminoso, sendo que a maioria não chegou a ser entregue aos solicitantes. “O Núcleo de Inteligência do Instituto de Identificação constatou um derrame de identidade falsas em algumas cidades do interior de Sergipe, mas de forma concentrada em Capela”, evidenciou.
Conforme o delegado, a forma de atuação do grupo criminoso consistia na utilização de certidões de nascimento falsas de pessoas com idades entre 60 a 70 anos. “Pessoas que tinha nascido, por exemplo, em Itabaiana, na década de 50 e vinha de 2000 para cá com uma certidão de nascimento emitida em Santo Amaro das Brotas, como sendo da comarca de Barra dos Coqueiros, sendo que não pertencem à mesma comarca, ficando evidente a falsificação para a produção de uma nova documentação falsa”, exemplificou.
Todas as evidências trazidas à tona também decorreram da atuação da Dipol, de levantamentos de campo efetuados pela Coordenadoria de Polícia Civil do Interior e também da divisão de inteligência do 9º BPM. O delegado explicou que as fraudes indicam que o grupo criminoso estaria tentando obter vantagens tanto na emissão de benefícios financeiros, quanto de viés político na região.
“Tudo que levantamos nos leva a crer que essa avalanche de falsificação tinha como objetivo fraudes previdenciárias e, muito provavelmente, ampliação da base eleitoral de um determinado grupo político local. Mas tudo isso virá à tona de forma mais concreta a partir da análise que será feita pela inteligência em face dos equipamentos eletrônicos que foram apreendidos”, revelou Wanderson Bastos.
A operação foi batizada de Polifemo inspirada em uma personagem da mitologia grega. “Um ciclope, enganado por Ulisses, que disse que seu nome era ninguém, foi vítima de um crime que ficou impune, pois, quando perguntado o que estava acontecendo, ele disse que estava sendo assassinado por ‘ninguém’. Então a ausência de identidade possibilitou a prática de um crime que ficou sem resposta. Nesse caso, o uso de identidade falsa estava possibilitando a prática de diversos crimes”, narrou o delegado.
Os envolvidos no grupo criminoso serão indiciados pelos crimes de organização criminosa, falsificação de documento público, corrupção ativa e corrupção passiva. As pessoas que se utilizem desses documentos poderão ser indiciadas pelo crime de uso de documentação falsa. As investigações prosseguem no sentido de identificar outras pessoas que possam estar envolvidas com o esquema de falsificação de documentação para obtenção de carteiras de identidade falsas.
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Fonte: SSP/SE