As cornetas estavam preparadas para criticar o Paris Saint-Germain em mais uma odisseia fracassada na Liga dos Campeões. Mas o futebol é tão incrível que mesmo com tantos exemplos esfregados na nossa cara ainda ficamos boquiabertos. Foi de Marquinhos o gol de empate aos 45 minutos do segundo tempo. Foi de Choupo-Moting o gol da virada aos 48. E o PSG, comandado por Neymar, derrotou a Atalanta de virada, por 2 a 1, no Estádio da Luz, em Lisboa, nesta quarta-feira, voltando a uma semifinal de Champions pela primeira vez desde 1994/95.
O nervosismo estava escancarado. Alguns jogadores queriam resolver sozinho com um chute de longe, outros erravam na execução final. Mas o fato é que o PSG lutou e fez por merecer a virada. Desde a metade do segundo tempo, já com Mbappé em campo, passou a criar oportunidades em sequência. Aos 45, Choupo-Moting lançou Neymar, que dominou rápido na área e jogou para o meio. Marquinhos apareceu como um centroavante para empatar. Aos 48, foi Neymar quem deu o primeiro passe, por dentro da defesa, encontrando Mbappé. O francês cruzou rasteiro, e foi a vez de Choupo-Moting, reserva incontestável na temporada, completar para as redes. Eu só acredito porque vi. E porque é a Liga dos Campeões.
A foto já seria ilustrativa, mas é preciso elogiar a partida de Neymar. Por cerca de uma hora jogou praticamente sozinho no ataque, driblando, criando e finalizando – com a ressalva de que perdeu duas chances que não costuma perder, uma com dois minutos de jogo. Após a entrada de Mbappé, o craque brasileiro teve com quem dialogar. Seguiu sofrendo faltas, passando por adversários sem tomar conhecimento e ainda participou diretamente dos dois gols, com a assistência para Marquinhos e o passe para Mbappé no lance da virada de Choupo-Moting. “Nada tira da minha cabeça que vamos disputar o título”, disse o camisa 10.
u disse acima que Neymar havia driblado, mas não quanto. Pois bem. O perfil de estatísticas “Opta” afirma que os 16 dribles completados de Neymar nesta noite representam a maior quantidade já registrada num jogo de Liga dos Campeões desde Messi contra o Manchester United em abril de 2008. Lá se vão mais de 12 anos. Uau.
A Atalanta de Gian Piero Gasperini cai de pé possivelmente como uma das estreias mais marcantes na história do torneio. Abriu o placar num lindo chute de Pasalic aos 26 minutos do primeiro tempo, mas caiu fisicamente na etapa final e acabou engolida nos minutos finais, já com seis amarelados. Entregou futebol e entretenimento. Talvez na próxima temporada (está garantida na fase de grupos após o terceiro lugar no Italiano) consiga aumentar ainda mais o nível de competitividade mesmo com um orçamento bastante inferior em relação aos mais poderosos do continente.
O PSG precisou esperar 25 anos para voltar a uma semifinal de Liga dos Campeões, o maior hiato já registrado na história da competição, superando os 22 anos do Ajax entre 1997 e 2019. Mas chega mais embalado do que nunca para o confronto de terça-feira novamente no Estádio da Luz. O adversário será o Atlético de Madrid ou o RB Leipzig, que se enfrentam nesta quinta, às 16h, no José Alvalade.
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Matéria extraída do Globo Esporte