O líder de uma quadrilha de tráfico internacional foi preso em sua residência no bairro Robalo, em Aracaju (SE), na manhã desta quarta-feira, 12. De acordo com o delegado da Polícia Federal da Bahia, Fábio Marques, o acusado é paulista, morava atualmente na capital sergipana com sua esposa e filhos; e com ele foi apreendido dois carros de luxo e um quadriciclo.
Este foi o único mandado de prisão ocorrido em Sergipe nesta segunda fase da Operação Olossá. Os outros oito mandados de prisão ocorreram nos estado da Bahia (Salvador, Lauro de Freitas e Conceição do Coité), Maranhão, Pará e Santa Catarina. Um integrante da quadrilha em São Paulo está foragido e a PF aguarda informações da Interpol sobre os três mandados de prisões no exterior. Os investigados irão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Atuação
Sobre a quadrilha, o delegado informa que tinham algumas características específicas. Eles aliciavam mulas,- que eram chamados dentro da organização criminosa por “atletas” ou “jogadores” -, nas barracas de praias em Lauro de Freitas (BA) ou em festas onde o uso de drogas sintéticas eram comuns. “O perfil das mulas são jovens fortes, alguns playboys da sociedade baiana, que usavam anabolizantes e usuários de drogas sintéticas”, explica Fábio Marques.
A quadrilha fazia a rota de distribuição da cocaína vinda da Bolívia e Peru para Europa e Ásia em voos comuns. “Em geral, a mula (atleta) levava cocaína escondido no fundo de suas bagagens de mão em modal aéreo. E retornava com drogas sintéticas da Europa ou Ásia. Eles se intitulam como empresa, como a segunda maior do ramo e possuíam um grupo de whatsApp onde tratavam da logística. E quando um “atleta” conseguia entregar a droga eles diziam que tinham marcado um gol”, diz o delegado.
Cada pessoa que realizava a viagem recebia em torno de R$ 20.000,00 no caso de êxito no transporte da droga, e cada transporte realizado poderia gerar um lucro para organização criminosa de quase meio milhão de reais. “Inicialmente eles eram aliciados para transportar a droga. Depois passavam a morar no exterior e a receber as mulas em outro país, ampliando a organização”, informa.
Líder
De acordo com as investigações, o conhecido como líder da Organização Criminosa que foi preso hoje em Aracaju não tinha redes sociais e se mudava de Estado com frequência para dificultar sua associação com as operações. “Ele não aparece em contatos com as mulas e até o momento não tem histórico de aliciamento de mulas em Sergipe. Ele tinha braço operacional em São Paulo, atua há 10 anos com tráfico e nos últimos cinco anos se especializou em tráfico internacional. O líder instigava os demais ressaltando que o tráfico local não dava o lucro como o internacional”, diz o delegado Fábio Marques, acrescentando que até o momento não podem especificar o montante do valor que eles conseguiram desviar em drogas.
Operação Olossá
A segunda fase da operação Olossá ocorreu na manhã de hoje com o objetivo de cumprir 12 mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão em seis estados e três no exterior. A operação visa cumprir mandados judiciais decorrentes de investigação sobre organização criminosa especializada no tráfico internacional de entorpecentes pelo modal aéreo, especialmente para Europa e Ásia, com a utilização de “mulas”, que transportavam o entorpecente escondido em suas bagagens. De acordo com a PF, a investigação teve início em maio de 2019, a partir do aprofundamento de informações recebidas pelo serviço de Disque Denúncia da Secretária de Segurança Pública da Bahia.
por Raquel Almeida
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