Um estudo realizado pelo professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), André Maurício Conceição Souza, mostra que o crescimento do Covid- 19 no Estado se deu por conta da medida adotada pelo governo, através do decreto de n.º 40.576, de 16 de abril.
A primeira medida de isolamento social fixada pelo governo de Sergipe aconteceu por meio do Decreto de nº 40.560, de 16 de março de 2020, dois após a confirmação do primeiro caso da doença no Estado, procedente de uma mulher que acabara de chegar da Espanha. Em seguida, a medida anterior foi reforçada pelos Decretos n.º 40.563, de 20 de março de 2020, 40.567, de 24 de março e 40.570, de 03 de abril.
O estudo realizado através de nota técnica explana bem o avanço do coronavírus nos municípios sergipanos com gráficos em que pode-se observar a concentração da pandemia em Aracaju, e a sua lastração pelas regiões metropolitanas, como Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão. Veja o gráfico no final da matéria.
Após o decreto n.º 40.576, que flexibilizou o isolamento social em todo o Estado de Sergipe, houve uma mudança de comportamento significativa na curva no dia 21 de abril e outra no dia 28 do mesmo mês, gerando um aumento substancial no crescimento do número de casos acumulados. De acordo com o estudo, esse aumento se deu logo depois da flexibilização decretada pelo governo.
Já no dia 21 de abril, surgiram novos casos de coronavírus, e a partir de 28 de abril, houve um movimento grande, mas sem o crescimento da semana anterior, o que de acordo com o estudo, reforça a hipótese da Secretaria de Saúde que a primeira mudança se deve à flexibilização do isolamento e a segunda mudança ao aumento do número de testes.
“Vemos que durante três semanas, a partir de 24 de março, apenas em três dias tivemos taxas acima de 10%. Em particular, na semana de 7 a 14 de abril todas as taxas ficaram abaixo dos 10%. Com a política de relaxamento social, saímos deste patamar e agora estamos flutuando entre taxas maiores que 10% e em alguns dias maiores que 20%, situação em que se sabe ser de descontrole total para o avanço da epidemia”, citação indireta do professor André Maurício.
Ainda segundo o estudo, o Brasil perde no quesito de testes para a covid-19, porém, chegamos até aqui com menos de 1.600 teste por milhão de habitantes, números bem abaixo de Países como Peru (12.331), USA (23.363), Alemanha (30.400) e Portugal (46.116). “Não há como mantermos uma média tão baixa como a que estamos. No quesito testes para a Covid-19, estamos reprovados”, alerta.
Ocupação de leitos em Sergipe
Sobre a ocupação de leitos em Sergipe, o gráfico a seguir mostra que cresceu de 4% para próximo de 20% e a taxa de ocupação de UTI saiu de 10% e atinge cerca de 30%.
Se as taxas apresentadas insistirem em continuar, é provável que a quase totalidade de leitos hospitalares, incluindo de UTI estarão ocupados em pouco mais de uma semana. %.” Se este crescimento for mantido, em pouco mais de uma semana atingiremos os 100% de ocupação dos leitos e o sistema de saúde entra em colapso”.
Outra informação importante e que precisa da atenção de toda população sergipana, é que as medidas adotadas para diminuir a flexibilização foram tomadas no final da semana anterior, e que, de acordo com o levantamento feito pelo estudo aqui apresentado, o impacto será ainda maior durante os próximos dias.
Acompanhe também o SE Notícias no Twitter, Facebook e no Instagram
Redação SE Notícias