Os policiais civis da capital e interior de Sergipe paralisaram as atividades nas delegacias e departamentos especializados nesta terça-feira, 24. A categoria cruzou os braços em forma de protesto a proposta apresentada pela Associação dos Delegados de Polícia de Sergipe (Adepool) durante a última rodada na mesa de negociações que aconteceu ontem, 23, e ao recuo do Governo nas negociações. A proposta, de acordo com Sindicato dos Policiais do Estado de Sergipe (Sinpol/SE), acaba com a atividade policial e a redução salarial dos policiais civis.
“A Adepol apresentou um projeto esdruxulo, autoritário, humilhante para a categoria dos policiais civis que afeta não só a honra dos policiais, mas a estrutura em si da investigação criminal e afeta a sociedade no momento que rebaixa todos esses servidores a nível médio. Na verdade o que a gente percebe é que os delegados de polícia entraram no último dia da mesa de negociação para tumultuar toda a discussão harmoniosa que estava sendo feita com o Governo do Estado”, afirma Adriano Bandeira, presidente do Sinpol.
Os policiais civis resolveram paralisar as atividades em repúdio ao comportamento da Adepol e ao do recuo do Governo quanto as propostas da categoria. “Infelizmente se o Governador do Estado e o secretário de Segurança Pública não chamar o feito a ordem, a Polícia Civil ficará realmente incontrolável e poderemos ter prejuízos enormes com a segurança pública do Estado. Nós temos a palavra do Governador sobre o envio do Projeto Oficial de Polícia Civil (OPC) a Alese, projeto feito pelo Sinpol. A Adepol não nos representa, o que percebemos é que o que eles querem é atrapalhar o andamento do nosso projeto”, ressalta Bandeira.
Ato
No dia 02 de outubro na Praça Fausto Cardoso, em Aracaju/SE, os policiais civis farão um ato no intuito de cobrar do Governo de Sergipe e sensibilizar a sociedade para a aprovação do Projeto Oficial de Polícia Civil, de forma a otimizar o trabalho policial nas delegacias da capital e interior sergipano.Governo
O Governo informa que a cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Procuradorar Geral do Estado (PGE), o Secretário de Planejamento e o governador Belivaldo Chagas se reuniram na manhã desta terça-feira, e ficou definido que uma proposta será apresentada aos policiais civis. A proposta está sendo elaborada e até a próxima semana deve ser entregue a categoria.
Adepol
A Adepol, através de nota, informa que, como integrante de uma comissão que discute a reestruturação da Polícia Civil, a Adepol, entidade que congrega os Delegados de Polícia, dirigentes da Instituição por imperativo constitucional, de forma legítima, propôs a criação das novas carreiras de Investigador e de Escrevente. Esses quadros teriam uma tabela remuneratória própria que não se confunde com a tabela das carreiras de Agente e de Escrivão.
A Adepol afirma que não é verdade que a Adepol propôs a mudança do requisito de escolaridade do nível superior para o nível médio no tocante às carreiras atuais. Para as novas carreiras a exigência seria diferente, o que oportunizaria a vários jovens, que sonham integrar a Polícia Civil e não têm o nível superior completo, o ingresso na instituição.
Por fim, a Adepol diz que acredita que a criação desses novos quadros fortaleceria o trabalho da Polícia Civil no Estado de Sergipe, vindo a somar com os Delegados, Escrivães, Agentes e Agentes auxiliares que atualmente compõem a instituição.
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