Representantes do bairro Jabotiana e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs) continuam num impasse em relação aos impactos causados pelas obras da estação de tratamento da Deso na região da Lagoa Doce. O assunto foi discutido novamente nesta terça-feira, 6.
Flávio Marcel, integrante do Movimento em Defesa da Lagoa Doce, conta que discorda da avaliação da Sedurbs de que a lagoa é artificial e, por isso, não causa impactos ao meio ambiente. Os integrantes do movimento, conforme Flávio, vão recorrer à Justiça para mostrar às autoridades que as obras no local apresentam alto risco ambiental. “Como eles sustentam que as obras não afetam o meio ambiente, nós não evoluímos neste assunto”, afirma Flávio.
Apesar deste impasse, Flávio Marcel revela alguns avanços nas negociações, como a promessa da Sedurbs de eliminar a ligação entre o Rio Poxim e a Lagoa Doce [o que na visão dos moradores é um dos motivos das enchentes no Aloque e Santa Lúcia] e a retirar também o portão que impedia o acesso dos moradores à região da lagoa. “A Sedurbs também se comprometeu a discutir com a Prefeitura a macrodrenagem da região e a realizar dragagem do rio Poxim, com retirada de material orgânico e areia, o que também vai ajudar a reduzir as enchentes”, detalha.
Flávio Marcel avaliou que o Governo tem se mostrado aberto ao diálogo e que se propôs a avaliar o projeto de revitalização do bairro Jabotiana apresentado pelo prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B). “O governador Belivaldo Chagas nos disse, em reunião na semana passada, que precisa de 60 dias para analisar o projeto e, com isso, os recursos necessários para o início das obras. Mas nós também iremos conversar com outras autoridades, como o prefeito de São Cristóvão, para buscar uma união de forças”, salienta.
Sedurbs
O secretário Ubirajara Barreto afirmou que existe a possibilidade de uma obra ser realizada no rio Poxim-Mirim para resolver os problemas relacionados aos alagamentos na região e que vai coordenar os detalhes das medidas junto à Prefeitura de Aracaju em nome do Governo de Sergipe. Ainda segundo o secretário, a prefeitura da capital está fazendo um estudo que deve apontar soluções viáveis para resolver a questão dessa área atingida, mas os detalhes do estudo ainda não foram revelados pela prefeitura.
Também já houve, conforme o secretário, uma conversa em Brasília com representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), onde foi sinalizada a possibilidade de recursos para esse projeto. O secretário reforçou ainda que, caso não seja viável por meio do Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão), os recursos para solucionar os problemas da região que fica alagada na capital poderão vir do Programa Águas de Sergipe.
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por João Paulo Schneider com informações da Sedurbs