O governador Belivaldo Chagas, MDB, cumpriu a promessa feita no início desta Legislatura e retornou à Assembleia para apresentar aos deputados estaduais um panorama da situação financeira do Estado de Sergipe. Na manhã da última quarta-feira, 20, o chefe do Executivo utilizou o grande expediente da sessão plenária para fazer a sua explanação.
Contudo, o desfecho dessa visita não foi satisfatório aos deputados estaduais. Ao encerrar a fala do governador Belivaldo, o presidente da Alese, deputado Luciano Bispo, MDB, informou que não seriam permitidas perguntas ou fala dos parlamentares e simplesmente encerrou a sessão e mandou desligar os microfones. A medida causou revolta entre os deputados e também no público que lotava as galerias da Casa.
O deputado estadual Georgeo Passos, Rede, lamentou a postura da Mesa e do governador, classificando-a como censura. “Simplesmente quiseram colocar uma mordaça em nós, deputados. Queríamos fazer vários questionamentos, mas isso não foi permitido. Uma vergonha essa decisão que fere qualquer senso democrático que esta Casa representa”, critica o parlamentar.
Georgeo explicou que a interrupção abrupta da sessão feriu o regimento da Assembleia Legislativa, uma vez que Belivaldo Chagas utilizou o grande expediente de uma sessão ordinária – ou seja, após seu pronunciamento caberia a realização da chamada explicação pessoal, onde os deputados poderiam falar. Todavia, isso não ocorreu. “Me inscrevi antes da sessão começar, mas não me deixaram falar”, revelou.
“Tivemos a realização do pequeno expediente, e dois colegas fizeram seu pronunciamento antes de Belivaldo. Mas depois da fala do governador, ninguém mais pôde falar. Detalhe: todas as pessoas que falam no grande expediente na Alese, em seguida, se colocam à disposição dos deputados para questionamentos. Infelizmente, hoje foi diferente”, lamentou Georgeo.
Após a repercussão, a diretoria de comunicação da Alese informou que nos próximos dias os Secretários de Estado deverão comparecer à Casa para apresentar mais detalhes aos parlamentares e, aí sim, responder a questionamentos. Mas Georgeo lamentou a opção feita. “O momento de discutir era hoje. Mas a Mesa preferiu rasgar o regimento e nos calar”, recriminou.
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Por Daniel Almeida Soares