Valadares Filho está certíssimo ao colocar como coisa do passado o malfadado acordo com os marineiros.
Após o encalhe, o PSB segue sendo PSB, com seus defeitos e qualidades, vícios e virtudes, já conhecidos dos apoiadores e simpatizantes quanto dos adversários.
A Rede Sustentabilidade, no entanto, sai menor, desacreditada, amorfa, sem cor, sem brilho, sem rumo.
A despeito da resistência de um ou dois membros de seu diretório, entregou-se sem resistência a um projeto do campo tradicional, que eles chamam de velha política, implodindo seu próprio ideário.
Desistir da aliança com o PSB, depois do anúncio estrepitoso, não fará o tempo andar para trás, mas sim realçar a crise de identidade – quiçá existencial – que atormenta a sigla.
O discurso está perdido, assim como a pretensa virgindade, apesar da complacência do hímen, que ora estica, ora contrai, de acordo com a própria conveniência e os pudores de quem lhe faz a corte.
O velho e tradicional PSB fez política, como qualquer outro partido que tem um projeto claro e transparente de poder; a nova, pura e recatada Rede, a seu turno, fez teatro, papelão, lambança, mostrando que o poder pelo poder é a única regra que lhe importa, ainda que se apresente aos incautos como uma vestal.
Por Paulo Márcio
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