Fogos de artifício, sobretudo no período junino, fazem parte da tradição do brasileiro, sobretudo na região Nordeste, onde a cultura é ainda mais forte. No entanto, mesmo sendo uma manifestação comum e muito forte, é proporcionalmente perigosa e envolve muito risco, inclusive à vida de quem fabrica, comercializa ou faz uso. Por isso, é necessário o máximo de cuidado e atenção.
É de responsabilidade do Corpo de Bombeiros a fiscalização e a liberação para comercialização de fogos de artifício. No entanto, em Aracaju, a Defesa Civil, apesar de só atuar diretamente em casos de desastres, também trabalha como uma parceira para tentar evitar que situações inesperadas ocorram e possam causar prejuízos, não somente materiais, mas, principalmente, com relação à vida das pessoas. Por isso, o coordenador da Defesa Civil da capital, major Silvio Prado, faz alguns alertas a respeito dos fogos de artifício na época em que mais são procurados. Neste ano, além dos festejos juninos, também acontece a Copa do Mundo, outro evento que movimenta as barracas desse tipo de comércio.
“O Corpo de Bombeiros é que regulamenta a montagem de barraca de fogos de artifício e também é dele a competência de cadastrar os comerciantes e designar uma área afastada de residências e com concentração de pessoas, justamente para evitar desastres. Por isso, quando as pessoas forem comprar seus fogos é importante que procurem locais credenciados. Nestes lugares, também é necessário que verifiquem se os fogos vendidos têm autorização do Exército Brasileiro para serem comercializados, além do selo do Inmetro. Estes cuidados são imprescindíveis para evitar acidentes”, destacou o major.
De acordo com o major Silvio Prado, a Defesa Civil tem contato direto com o Corpo de Bombeiros e pode fornecer à população a relação dos locais onde as pessoas podem comprar os fogos dentro da legalidade. O coordenador ainda ressaltou outros cuidados. “É preciso que as pessoas se atentem também quando forem comprar os fogos, como por exemplo, não usar nenhuma centelha, nenhum tipo de fonte de ignição, ou objeto que possa vir a pegar fogo, ou seja, não devem fumar, usar o celular ou equipamento eletrônico”, alertou.
O coordenador da Defesa Civil destacou, ainda, que maioria dos acidentes com fogos de artifício ocorre por problemas na fabricação. “Boa parte dos paióis são clandestinos ou os fogos são de fabricações caseiras e, logo, não são gerenciadas por um blaster, que é a pessoa credenciada pelo Exército para fabricar fogos e sabe a quantidade exata de pólvora para cada classe de explosivo, por exemplo. Se, pelo menos, os fogos não dessem defeito, muitos acidentes não ocorreriam. Existem fogos que não são para explodir, mas, por um erro de fabricação, acabam explodindo. Por isso, as pessoas devem tomar todo o cuidado possível e imaginável quando for fazer uso”, aconselhou.
Primeiros socorros
Apesar dos cuidados, acidentes às vezes são inevitáveis. Quando eles ocorrem é importante manter a calma e não passar nada no local atingido sem orientação médica. De acordo com a dermatologista do Centro de Especialidades Médicas (Cemar), Sílvia Guedes, no primeiro momento deve-se observar o tipo de lesão na pele.
“Se for uma queimadura de primeiro grau, que é quando a pele só fica avermelhada, o que a gente orienta é lavar com água corrente, água da torneira mesmo, para tentar baixar a temperatura da pele. Além de evitar colocar qualquer coisa em cima, como pomadas, manteiga, óleo, água sanitária, creme dental, a orientação é não colocar nada. Teoricamente uma queimadura de primeiro grau, que é leve, não precisa nem ir para o hospital”, orientou.
Já a queimadura de segundo grau é um pouco mais grave. Nesse tipo de lesão formam-se bolhas, como explica a dermatologista. “Quando acontece isso, a orientação é lavar com água corrente, tomar algum analgésico, e, nesse caso, dependendo da quantidade de bolhas e da localização, é melhor ir para o hospital. Nada de colocar nada em cima ou estourar a bolha”, informou.
Nos casos mais graves, como em uma explosão com fogos, a orientação é procurar imediatamente um hospital. “Quando há perda de tecido a orientação é lavar com água corrente, não colocar nada em cima e o máximo que você pode fazer é colocar um pano limpo em cima e ir até o hospital. Dependendo do que aconteça precise fazer um procedimento cirúrgico. Cada caso é um caso”, alertou.
A dermatologista Sílvia Guedes esclarece ainda o porquê de não se colocar produtos nas queimaduras sem orientação médica. “Você já esta com uma queimadura, a pele já está lesionada. Então se você colocar algo errado só vai prejudicar, ou seja, pode ter alguma alergia, uma dermatite de contato, inicialmente uma irritação. Irritar algo que já está irritado”, finalizou.
Cuidados ao soltar fogos de artifício
– Não permitir crianças com menos de 10 anos soltar bombas. Limitar a brincadeira a fogos luminosos e aos estalinhos conhecidos como “traque”.
– Quanto maior o potencial de explosão, maior a responsabilidade.
– Não deixar crianças maiores de 10 anos soltar bombas de alto poder de explosão.
– Ao comprar, procurar informações do manuseio com o barraqueiro que comercializou.
– Ler as instruções nas caixas dos fogos antes de soltá-los.
– Não soltar rojões próximo a copa de árvores e fiações elétricas.
– Não colocar nenhum tipo de objeto (garrafas, latas, etc) em cima da bomba.
– Nunca usar a própria caixa de fósforos para acender quaisquer que sejam os fogos de artifício.
– Usar sempre uma fonte segura de calor, como um isqueiro ou uma brasa.
Por Agência Aracaju de Notícias
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