O que está por trás da tentativa de fechamento da Fafen é a intenção do governo Temer em entregar de vez ao capital estrangeiro toda a produção e comercialização de fertilizantes no Brasil. Esta é a posição do deputado estadual Francisco Gualberto (PT), ex-funcionário da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Sergipe. “O discurso dos representantes de Temer é que a fábrica dá prejuízo. Não é verdade. Trabalhei lá durante 20 anos e todos sabemos que não existe a possibilidade de prejuízo”, afirma Gualberto.
O deputado revela que atualmente 80% dos fertilizantes que o Brasil consome, principalmente no setor agropecuário, vem de países como Estados Unidos e até Rússia. Os 20% restantes vem das fábricas em Sergipe, Bahia e Paraná. “Esses 20% acabam atrapalhando o cartel de fertilizantes dos estrangeiros. Portanto, a intenção do governo Temer é atender o mercado internacional. O preço dos fertilizantes irá subir e não terá ninguém para contrapor. E isso significa alimentos mais caros na mesa do brasileiro”, disse Gualberto.
Indignado com a decisão tomada pela Petrobras, e comunicada ao governador Jackson Barreto por telefone na noite desta segunda-feira (19), Francisco Gualberto afirmou que lutará com todas as suas forças contra o fechamento. “Já enfrentamos isso. Nos anos 1990 travamos grande batalha contra o governo federal contra a intenção de privatização da empresa e vencemos. Mas dessa vez a intenção é mais agressiva. O governo Temer quer é fechar a Fafen, o que significa sucatear a fábrica. Ali tem equipamentos caríssimos que não podem parar de funcionar por mais de três meses. Querem sucatear tudo”, denuncia Gualberto.
O possível fechamento da unidade em Sergipe causa um sério problema à economia do Estado. Haverá desemprego em massa, problemas para o comércio e a indústria que dependem dos produtos da Fafen, além de prejuízos enormes para a arrecadação de impostos do município de Laranjeiras e do Estado de Sergipe. Isso sem falar no consumidor, que sofrerá com a alta de preços dos alimentos. “Foi para isso que tiraram a presidente Dilma do poder, sem que ela tenha cometido crime algum”, disse o deputado.
Neste primeiro momento, Gualberto cobra dos senadores por Sergipe e da bancada federal em Brasília atitudes enérgicas junto ao presidente Michel Temer para reverter a situação. “Os senadores que ajudaram a dar o golpe no país agora precisam ajudar a salvar a economia de Sergipe”, frisou, adiantando que irá reunir alguns deputados estaduais e estudar medidas para tentar barrar o fechamento da Fafen. “Vamos fazer o que for possível. O Estado não pode passar por essa agonia econômica. Sergipe não voltará aos tempos em que dependia somente da cultura da cana de açúcar para sobreviver”, disse. Atualmente a Fafen possui em torno de 250 funcionários concursados e outros 470 terceirizados.
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Por Gilson Sousa, da Assessoria de Imprensa