Governador defende que empresas priorizem trabalhadores sergipanos nas obras da termelétrica

O governador Jackson Barreto e o vice-governador Belivaldo Chagas reuniram-se, na manhã desta quarta-feira, 29, com representantes do Movimento SOS Emprego e da empresa Centrais Elétricas de Sergipe (Celse) para tratar da priorização da mão de obra sergipana na construção da Usina Termelétrica Porto de Sergipe. Os deputados estaduais Garibalde Mendonça, Samuel Barreto, Georgeo Passos, Moritos Matos e Jairo Santana também participaram das discussões.

O governador destacou que, desde o início do processo de atração da termelétrica para Sergipe, o objetivo maior sempre foi a garantia de emprego para o presente e o futuro do povo sergipano. “Estamos preocupados com o Sergipe de hoje e com o legado que deixaremos para o amanhã. Garantimos trazer uma termelétrica que vai gerar empregos, que traz modernidade e que tenha compromisso com o futuro de Sergipe, com as novas gerações, mas não estamos só preocupados com o futuro, nossa preocupação também é com o presente, com o desemprego. Meu desejo, quando busquei a termelétrica, sempre foi pensar no presente e futuro, para quando eu sair do governo poder deixar emprego para umas duas gerações”, frisou.

Foto: Marcelle Cristinne / ASN

Jackson também cobrou que se busque resolver as divergências existentes entre as partes de forma democrática, por meio do diálogo e com transparência nas ações. Para tanto, sugeriu a criação de uma comissão com representantes dos trabalhadores, da empresa, do governo do Estado e dos deputados estaduais para estudar as informações apresentados por ambos os lados e buscar uma saída que atenda os interesses dos sergipanos e da empresa.

“A minha participação na reunião foi para buscar um consenso, um entendimento entre a empresa, as partes interessadas e comissão de deputados para que se busque um diálogo respeitoso. A comissão irá levantar os dados para que haja transparência nas informações e tranquilidade da população que tá reivindicando emprego. O que não queremos é violência, nos queremos um entendimento e a garantia de emprego para os sergipanos. É preciso que haja da sociedade um ponto de equilíbrio, não se pode fazer reivindicações com agressões, tem que buscar uma forma para resolver o problema sem constrangimento por parte da empresa. Por outro lado, a empresa tem que ter consciência que ela está no estado de Sergipe e precisa priorizar o nosso povo na geração de emprego. Não apenas com a mão de obra mais simples, a menos qualificada, mas também a mão de obra totalmente qualificada, porque temos profissionais de formação superior altamente qualificada e comprovada, já com serviços prestados a empresas que trabalham pra Petrobras e outras empresas. Então é preciso que essa mão de obra seja absorvida pela termelétrica como um marco de compromisso com o povo sergipano. Que priorize o trabalhador, o profissional de Sergipe”, defendeu Jackson.

Segundo o diretor de Operações da Celse, Édio José Rodenheber, dos 857 trabalhadores atualmente contratados para obras da Porto de Sergipe, 68,5% são sergipanos. “São 587 trabalhadores de Sergipe, sendo que 242 da Barra dos Coqueiros, 94 de Aracaju e 251 de outras cidades sergipanas. Temos também 33% da mão de obra indireta formada por sergipanos, um total de 264 pessoas no momento. Mas já havíamos assumido o compromisso da criação de um centro para recebimento de currículos na Barra e, em aproximadamente um mês, já temo 5 mil currículos cadastrados”, afirmou o diretor de Operações da Celse.

Para o representante do Movimento SOS Emprego, Clodoaldo Melo, a reunião com o governo do Estado foi positiva. “O que estamos reivindicando são vagas de empregos para os sergipanos, buscamos um entendimento como governo e os deputados para poder solucionar o problema do desemprego. Foi bom que o governador fica ciente do que está acontecendo e nos ouviu para buscar solucionar esse problema”.

De acordo com o deputado Garibalde Mendonça, é fundamental que o Estado esteja a par do que acontece nas obras da termelétrica, maior investimento privado em Sergipe. “Foi muito importante a participação do governador Jackson Bareto em toda essa reunião para poder ouvir os dois lados e saber o que realmente está acontecendo nas obras da termelétrica. Somos solidários ao movimento SOS, por isso, marcamos essa reunião com o governador e o que foi apresentado aqui será resolvido da melhor maneira possível, ou seja, por meio da criação de uma comissão para ver a veracidade dos fatos apresentados. O que queremos é que a maioria dos trabalhadores contratados seja realmente de Sergipe”.

O deputado Georgeo Passos ressaltou que a reunião foi importante para oferecer mais transparências no processo de contratação dos trabalhadores pela Celse e empresas que prestam serviços na construção da termelétrica.

Termelétrica

A UTE Porto de Sergipe integra o Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda e será a maior do gênero na América Latina. Irá receber um total de investimento de cerca de R$ 5 bilhões, o maior investimento feito pela iniciativa privada no Estado. A UTE, em funcionamento, gerará 1.700 empregos diretos.

A Usina está prevista para entrar em plena operação em janeiro de 2020, e terá a capacidade de gerar 1,5 mil megawatts (MGW) de energia elétrica. Para dimensionar o empreendimento deve-se assinalar que a UTE Porto de Sergipe poderá sozinha atender a 15% da demanda de toda a região Nordeste. Quando consolidado, é um projeto que equivale a Usina de Xingó.