O fiscal de obras, Getúlio Gomes foi uma vítima recente de um acidente motociclístico. Ele voltava pra casa no bairro São Conrado quando passou por cima de uma caixa que estava no meio da rua. A caixa ficou presa à roda traseira da moto e a queda foi inevitável. “Não sei o que me deu para passar em cima daquela caixa. Era tão pequena que pensei que nada aconteceria, iria só amassar, mas, fraturei o tornozelo e estou impossibilitado de firmar o pé no chão e consequentemente trabalhar”, disse.
Já o estudante Gladston Ribeiro colidiu na traseira de um carro que freou bruscamente ao passar por uma lombada. “Foi muito rápido e quando vi já estava no chão e com uma fratura na tíbia. Vou passar por uma cirurgia e ficar um tempo sem ir à escola e trabalhar, além do prejuízo material que tive”, declarou.
Esses são dois casos de pacientes atendidos pelo Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). No primeiro semestre do ano passado foram registrados 3.335 atendimentos a vítimas de acidentes motociclísticos no Pronto Socorro da unidade. Desse total, 827 ficaram internados para novos procedimentos e exames. No primeiro semestres deste ano o número sofreu uma pequena queda alcançando a marca de 3.102 atendimentos.
Os acidentes motociclísticos causam traumas em membros superiores e inferiores, afetando ossos como o fêmur, tíbia e rádio. Em 30% desses casos as sequelas são definitivas como paraplegias, tetraplegias, deformidades ósseas e amputações. Outros 70% sofrem sequelas parciais, como restrições de movimentos e dores. De acordo com Vinícius Vilela, coordenador do setor, é necessário intensificar as campanhas e cobrar mais educação no trânsito.
“Nossa Área Verde Trauma no pronto socorro é formada por 80% de vítimas de acidentes motociclísticos. Isso gera gastos já que é necessário realizar cirurgias. Além disso, há a ocorrência de sequelas que muitos carregam para a vida toda. É preciso massificar as campanhas educativas e a fiscalização dos órgãos responsáveis”, destacou o coordenador do Pronto Socorro do Huse.
No Huse, um paciente envolvido em acidente de moto, que seja submetido a uma cirurgia, por exemplo, fica, em média, 30 dias hospitalizado para sua recuperação. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o custo social de cada um desses pacientes é de, em média, R$ 952 mil aos cofres públicos, o que envolve atendimento pré-hospitalar, licença, aposentadoria, entre outros.
Como muitos ficam afastados do trabalho é gerado um custo social com seguros, além de custos para o Serviço Único de Saúde (SUS) com a mobilização de equipes, materiais, medicamentos, centro cirúrgico e muitas vezes UTI. As principais causas desses acidentes são as quedas e colisões com outros veículos, além da desobediência às leis de trânsito e cuidados com a segurança de condutores, pilotos e passageiros.
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Por ASN