Atualmente, há vários métodos hormonais e cirúrgicos para se evitar a gravidez não planejada. Entre eles há a pílula anticoncepcional, injeções, adesivos, preservativos, o diafragma e também o Dispositivo Intrauterino, o popular DIU, que, além de ser eficaz e de gerar comodidade, protege a mulher por cerca de dez anos. Este dispositivo contraceptivo, que é bastante recomendado pelos médicos ginecologistas, pode ser colocado de maneira gratuita na Rede de Atenção Básica de Aracaju, especificamente em cinco Unidades de Saúde da Família (USFs): Onésimo Pinto; Dona Sinhazinha; Carlos Fernandes de Melo; Francisco Fonseca e Augusto Franco.
Segundo Cristiani Ludmila, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a Rede de Aracaju possui o dispositivo de cobre, que é fornecido pelo Ministério da Saúde (MS), e as referências ginecológicas.
“O DIU, que é inserido dentro do útero, é um método contraceptivo de longa duração e, por ele não ter hormônios, ser eficaz e gerar comodidade à mulher, o dispositivo é recomendado pelos médicos. Na Rede de Aracaju, temos cinco Unidades de Saúde que são referências ginecológicas e que fazem a inserção do DIU, e para colocá-lo, basta fazer o exame de lâmina na unidade mais próxima. Com o exame, é feito o agendamento e a paciente é encaminhada para um dos postos de saúde que fazem o procedimento. É muito simples”, garante.
Ainda de acordo com ela, embora a Rede de Atenção Básica esteja devidamente preparada para fazer a colocação do DIU, a procura pelo dispositivo ainda é baixa, em decorrência dos mitos e preconceitos. Para se ter uma ideia, em média, por mês, são realizadas na Rede cinco inserções do DIU, enquanto são distribuídas 1.700 cartelas de anticoncepcionais as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Existem preconceitos e mitos em relação ao DIU e, consequentemente, a adesão ao dispositivo ainda é baixa. Mas temos que ressaltar que ele é um método eficaz, de comodidade posológica, de longa duração, seguro e também é reversível”, explica Cristiani Ludmila.
“Resultado positivo”
Para a advogada Carolina Teixeira, que tem o DIU há sete meses, valeu a pena colocar o dispositivo e não usar mais anticoncepcionais. “Tomei anticoncepcional durante anos, tive um problema vascular e meu médico recomendou que eu colocasse o DIU de cobre. Fiz o procedimento em uma Unidade de Saúde e o resultado foi super positivo. Hoje, faço acompanhamento médico e prefiro o dispositivo a tomar hormônios”, disse.
Já a vendedora Larissa dos Santos afirma que sua saúde mudou depois do uso do DIU. “Sempre fiz uso de anticoncepcional e sentia os efeitos colaterais. Foi então que fui ao médico e ele recomendou o DIU. Recebi orientações, fiz o exame, marquei o procedimento e minha saúde mudou completamente desde que coloquei o dispositivo. Me sinto muito melhor e mais saudável”, comenta.
DIU
O Dispositivo Intrauterino é um método contraceptivo feito de plástico flexível moldado em forma de T que é introduzido no útero. Ele só pode ser inserido e removido por um ginecologista e deve ser colocado preferencialmente nos primeiros 12 dias do ciclo menstrual.
“O DIU é indicado para a maioria das mulheres, mas muitas pessoas ainda desconhecem o dispositivo. Ele está entre os métodos mais eficazes para evitar a gravidez e ele não é medicamentoso, não interfere diretamente no organismo da mulher e pode ser removido. Então quem tem doenças crônicas como a hipertensão e diabetes, por exemplo, também podem utilizá-lo. Mas, para todos os casos, é preciso um acompanhamento médico”, explica o médico ginecologista George Corrêa. As principais contraindicações do dispositivo são para mulheres que estão com hemorragia, gestantes ou com suspeita de gravidez.
Apesar dos benefícios, ainda assim, segundo George, há, de fato, mitos quando o assunto é o DIU. “Muitas pessoas ainda acham que o dispositivo é abortivo ou que provoca câncer, mas nada disso é verdade. O que pode acontecer quando a mulher coloca o DIU é ela ter o aumento do fluxo menstrual e de cólicas, mas isso é facilmente controlado com medicamentos. No entanto, devido aos mitos e por falta de conhecimento, a procura pelo dispositivo ainda é baixa, embora ele possa ser colocado gratuitamente na Rede de Atenção Básica. É importante as mulheres procurarem um ginecologista e buscarem orientações sobre o método mais adequado para elas para evitar a gravidez não planejada”, frisa o médico.
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Fonte: PMA