O senador mineiro Aécio Neves, presidente do PSDB, recebeu 30 milhões de reais em propina em contas de amigos e empresas no exterior em contrapartida pela atuação dele em favor da Odebrecht na obra da Usina de Santo Antônio, em Rondônia.
De acordo com o delator Henrique Valadares, o tucano usou as contas de amigos, pessoas indicadas por ele e trusts para receber os cerca de 30 milhões de reais. No inicio de abril, VEJA revelou que uma das contas que teria recebido vantagens indevidas era situada em Nova York e controlada pela irmã do senador Andrea Neves.
Os pagamentos de propina no exterior foram acertados numa reunião entre Marcelo Odebrecht, Aécio e Valadares o início de 2008, no Palácio das Mangabeiras, sede do governo mineiro. De acordo com a delação de Valadares, Aécio e Marcelo combinaram os valores, e, afinal do encontro, o tucano informou ao delator que o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo iria procura-lo. “Após o encontro, Marcelo me disse no carro que tinha acertado um pagamento com Aécio em troca de apoio a obras de Jirau”, afirmou.
Alguns dias depois da reunião no Palácio das Mangabeiras, Dimas Toledo encontrou-se com Valadares na sede da Odebrecht no Rio com a demanda do tucano: o pagamento de 30 milhões de reais. “Os pagamentos neste caso, ao contrário do que ocorreria, foram todos feitos no exterior. Em contas de amigos ou de empresas ou de trusts ou algo do gênero”, explicou Valadares em depoimento.
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Por Daniel Pereira, Felipe Frazão, Hugo Marques, Marcela Mattos, Renato Onofre, Robson Bonin, Rodrigo Rangel e Thiago Bronzatto/veja