O 22 de março, Dia Mundial da Água, em Sergipe, terá um outro significado depois do ato realizado nesta quarta-feira pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto de Sergipe (Sindisan), ao qual se somaram várias categorias de trabalhadores, da cidade e do campo, e várias representações do movimento social e sindical contra a privatização da Deso, em defesa da água e contra as reformas previdenciária e trabalhista.
O ato também contou com a presença de parlamentares, como a deputada estadual Ana Lúcia (PT), os vereadores Iran Barbosa (PT) e Américo de Deus (Rede) e representantes do deputado federal João Daniel (PT) e do deputado estadual Georgeo Passos (PTC).
Mais de duas mil pessoas participaram do ato, que começou na entrada da sede da Companhia, logo cedo. Convencidos pelo sindicato, os servidores paralisaram as atividades para protestar contra a proposta do Governo do Estado de privatizar a Deso através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
“Muito importante essa unidade dos trabalhadores, das várias categorias aqui presentes, para mostrar ao governador Jackson Barreto que essa luta contra a privatização da Deso, em Sergipe, não é só do Sindisan, mas também de todos os trabalhadores e de toda a sociedade sergipana, porque a população já começa a entender que privatizar a Deso é privatizar a água, é entregar um grande patrimônio, que são os nossos mananciais, ao setor privado e ao grande capital internacional”, afirmou Sérgio Passos, presidente do Sindisan, alertando que grandes multinacionais, como a Coca-Cola e a Nestlé, estão de olho nas empresas de saneamento brasileiras justamente para terem controle sobre a água do país, que detém 12% da reserva de água doce do mundo.
Pelas ruas de Aracaju
Após o ato na porta da Deso, os trabalhadores e os movimentos sociais seguiram, em marcha, saindo da rua Campo do Brito em direção à Assembleia Legislativa de Sergipe. No caminho, foram várias as falas de apoio à luta contra a privatização da água e da Deso, como também contra as reformas da Previdência, trabalhista e da educação. Muitos professores das redes públicas de ensino de Aracaju e do estado, em greve nacional, se somaram à manifestação.
“No Dia Internacional da Água, onde o mundo inteiro luta pelo direito a água, os professores e professoras em greve se solidarizem com a luta dos companheiros do Sindisan, pois o governo Jackson Barreto se soma as medidas golpistas de Michel Temer e inicia um processo de privatização da água, que é essencial para a sobrevivência, que é um bem público. Por isso, no dia de hoje construímos um grande ato de luta e resistência à privatização da DESO”, falou a presidenta do Sintese, professora Ivonete Cruz.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT-SE), Rubens Marques, o ato entra para a história das lutas sociais no estado, pela força e pela unidade que conseguiu produzir entre as várias representações de categorias de trabalhadores, da cidade e do campo, e movimentos sociais.
“Não tenho dúvida que este ato de hoje entra para a história das lutas dos trabalhadores sergipanos. A direção do Sindisan está de parabéns pela luta e pelo trabalho de mobilização que fez junto à categoria e junto a outros setores. O povo está nas ruas, contra a privatização da Deso e contra as políticas que querem destruir direitos sociais e trabalhistas. É uma resposta ao governador Jackson Barreto e ao governo golpista de Temer. E as manifestações vão continuar, até que ele recuem. Eles vão ter que recuar”, destacou o presidente da CUT-SE.
Ao final do ato, na Praça Fausto Cardoso, uma comissão seguiu até a Assembleia Legislativa para entregar ao presidente da Casa, o deputado Luciano Bispo (PMDB), o “Manifesto Contra a Privatização da Deso” (leia aqui), assinado por 30 entidades. O presidente recebeu o manifesto.
“Esperamos que ele (o manifesto) chegue até o governador Jackson Barreto para que ele repense essa proposta de privatização da Deso, porque ela será prejudicial ao povo sergipano, em especial, para a população mais pobre. Cerca de 500 mil famílias em Sergipe pagam a tarifa social de R$ 15,40 por dez mil litros de água. Eu pergunto: empresa privada vai querer custear essa tarifa social? Tenho certeza que não”, entende o presidente do Sindisan, Sérgio Passos.
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por Ascom/Sindisan