A família de Natalie Cole anunciou, nesta sexta-feira, que a cantora morreu na noite da véspera de ano novo, aos 65 anos. Ela estava internada no Cedar Sinai Hospital, em Los Angeles. A filha de Nat “King” Cole (1919-1965) foi vítima de uma insuficiência cardíaca congestiva causada por complicações de um transplante de rim feito em 2009.
“Natalie travou uma dura e corajosa batalha, e morreu como viveu: com dignidade, força e honra. A falta de nossa amada mãe e irmã será sentida e seguirá inesquecível em nossos corações para sempre”, disseram, em um comunicado oficial, o filho Robert Yancy e as irmães Timolin e Casey Cole.
Quando Natalie nasceu, em 1950, “King” Cole já era um sucesso da indústria fonográfica. Desde 1943, com “Straighten Up and Fly Right”, ele se tornara um dos músicos mais populares dos EUA. Foi com o auxílio da monumental figura do pai que a cantora se aventurou, durante 40 anos, pelos difíceis caminhos do showbiz.
Não que o talento de Natalie, que se descobriu cantora quando cursava Medicina da Universidade Massachusetts, fosse pequeno. Mas, se um sobrenome como o dela poderia abrir as portas em Los Angeles, ele também poderia causar alguns momentos constrangedores. No início da carreira, alguns clubes a anunciavam apenas como “a filha de Nat ‘King’ Cole”.
Ela, que cresceu rodeada pela realeza do jazz, se esforçou para que sua voz fosse além desse rótulo e demarcou território próprio no R&B. Desde a estreia em 1975, com “Inseparable”, ela ganhou nove Grammys, dos quais seis foram pelo disco de 1991 “Unforgettable: with love”, que, ao todo, vendeu 14 millhões de cópias.
No álbum, com 22 faixas, Natalie interpretou repertório que fizera a fama de seu pai. Na faixa-título, “Unforgettable”, ela fez um elogiado dueto com a voz gravada de “King” Cole. Em 2013, ela repetiu, ao vivo, o “dueto virtual” durante a cerimônia do Grammy. Seu último prêmio chegou em 2009, com o álbum “Still unforgettable”.
Ao longo da carreira, Natalie enfrentou o vício em drogas (notadamente, heroína e cocaína) e álcool. Durante os anos 1980, enfrentou um período de ostracismo por conta dos abusos. De certa forma, o álbum de 1991, o mais bem sucedido de todos, serviu como uma espécie de ressurgimento triunfal para ela.
O comportamento desregrado ao longo dos anos também fez com que ela tenha precisado fazer um transplante de rim em 2009. Ela revelou que, em 2008, descobriu uma hepatite C. A doença levou ao rápido deterioramento dos órgãos e precisou ser combatida com quimioterapia.
“Acho que sou uma testemunha de que você pode ter cicatrizes. Pode passar por momentos turbulentos e, mesmo assim, ter vitórias na vida”, disse à revista “People” quando passava por tratamento médico.
Os problemas de saúde, que se agravaram recentemente, haviam feito com que a cantora cancelasse todas as datas de shows até fevereiro, inclusive o show de ano novo no Disney Hall, em Los Angeles.
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Redação O Globo