“Álcool, Drogas, Velocidade e os Acidentes de Trânsito”, este foi o tema abordado na mais recente edição do Projeto Evolução Humana. O expositor foi o Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe, Paulo César Góis Paiva.
“Gostaria de enaltecer e elogiar o Ministério Público pela iniciativa de trabalhar a evolução humana em seus quadros. Acho que isso é de fundamental importância para que cresçamos não apenas profissionalmente, mas enquanto pessoas. Nenhum profissional pode ser grande, se a pessoa por trás dele é pequena”, disse o Oficial da PM.
O Tenente Coronel Paiva enfatizou que “acidente, conceitualmente, é um evento não premeditado, porém não é algo que esteja escrito nas estrelas, que faça parte do destino de quem quer que seja, é algo que nós abrimos a porta para que aconteça”. Ele também apresentou dados bastante consistentes e preocupantes. No Brasil, todos os anos, mais de 1 milhão de acidentes de trânsito são registrados oficialmente. Em 350 mil dessas ocorrências, pessoas são vitimadas; quarenta e três mil delas morrem no local. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), num estudo feito em 2005, o prejuízo Brasil por acidentes de trânsito, apenas nas áreas urbanas, ultrapassou os R$ 5,3 bilhões; contabilizando os que acontecem nas rodovias e estradas, o valor sobe para R$ 32 bilhões. Já em Aracaju, no ano de 2013, foram 106 mortes no local do acidente e 1.632 feridos. No ano seguinte (2014), o número de mortes foi reduzido a 77, mas o de feridos aumentou em mais de 152%. “Falha humana direta” é um fator que corresponde a 75% dos sinistros, mas o fator “falha mecânica”, em determinados casos, conta com a “falha humana indireta”, relativa ao descaso quanto à manutenção dos veículos.
“Temos um problema gravíssimo, que merece muita atenção e pode ser transformado, basta que cada um de nós modifiquemos nosso comportamento”, disse Paiva. Ele esclareceu que o consumo de álcool e de drogas, aliado a altas velocidades, contribui definitivamente para que as estatísticas sejam cada vez mais funestas. Através de recursos didáticos e científicos, o Tenente Coronel demonstrou como as leis físicas são implacáveis e invioláveis, provocando episódios dantescos, se desafiadas. A diferença entre a vida e a morte, por exemplo, pode estar em meros 5km/h a menos ou mais. Tudo depende de muito discernimento e de muita precaução, “instrumentos” dos quais não podemos dispor, caso nosso sistema nervoso central esteja sob influência de substâncias que o entorpeçam. “Nós não conseguimos nos colocar nesse cenário de tragédia. A gente se compadece com o outro, mas não se põe no lugar dele, não acreditamos que aquilo possa acontecer conosco, mas acontece, se dermos espaço à negligência e à imprudência”, pontuou o expositor.
No momento de reflexão, a servidora Ana Célia Barbosa Matias Teles, da Divisão de Serviço Social do MP, falou sobre sua experiência junto ao Projeto RECRIARTE, que atende a crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos de idade, no bairro Santa Maria, desenvolvendo atividades socioeducativas e culturais. “É um ambiente de grande aprendizado. A gente ensina e aprende todos os dias no meio daquela contradição enorme”, destacou Ana Célia. Sob a regência do maestro Daniel Freire, o Coral Vozes da Cidadania executou grandes clássicos e saudou os aniversariantes do mês de agosto. No encerramento, o Procurador-Geral de Justiça, Dr. José Rony Silva Almeida, em gesto de agradecimento, presenteou o palestrante com um kit de publicações do Ministério Público.
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Hebert Ferreira
Coordenadoria de Comunicação – MP(SE)