O movimento de vigilantes de empresas privadas chamou a atenção da população, nesta segunda-feira, 17/06, para a falta de segurança, péssimas condições de trabalho e os baixos salários pagos. Só este ano, foram registrados três óbitos e mais de 18 roubos de colete de segurança, sempre com espancamento.
Mesmo sendo expostos ao perigo com frequência, os vigilantes que trabalham em Sergipe não recebem adicional de periculosidade, apesar de já ter sido aprovada e sancionada a lei nº 12.740/2012. O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Empresas Privadas (SINDVIGILANTE), Reginaldo Gonçalves, denuncia a exploração das empresas de segurança que recebem cerca de R$ 5mil por cada vigilante em serviço, e paga ao trabalhador menos que R$ 700.
Reginaldo Gonçalves estima uma adesão de aproximadamente 3 mil trabalhadores que atuam nos bancos e na maioria dos hospitais de Aracaju, acrescentando que a luta por melhorias também se estende por Lagarto, Itabaiana, Tobias Barreto, entre outros municípios sergipanos. “O movimento é forte e a tendência é que ele cresça ainda mais se não formos ouvidos. Esta é a indignação dos pais de famílias, de pessoas que vivem do suor de seu trabalho”, discursou.
O vice-presidente do sindicato, Elenilton, apontou a necessidade de defender o direito à manifestação do trabalhador sem que haja punição ou demissão. Empregado há 18 anos numa empresa de segurança, ele foi demitido por participar do conselho diretor do sindicato. Mas a assessoria jurídica do sindicato reverteu a situação, e assim ele foi reintegrado pela empresa, tendo recebido indenização por assédio moral.
A diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE) acompanhou a paralisação em frente às agências bancárias durante todo o dia. O presidente da CUT/SE, Rubens Marques, o professor Dudu, avalia que a categoria tem tudo para avançar nas conquistas. “Há décadas esta categoria seguia trabalhando sem realizar nenhuma manifestação, e logo no primeiro dia de paralisação eles conseguiram uma enorme mobilização. Defendem o pagamento de 30% de periculosidade – uma pauta muito boa. E nesta paralisação eles mostram que se chegarem à greve vão ampliar a mobilização e terão uma adesão ainda maior. Estes trabalhadores mostram que continuarão unidos até a conquista de avanços”, avaliou.
por Iracema Corso