O vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe, José Menezes, criticou, nesta quinta-feira, a política de saúde do governo do estado. Entrevistado pelo jornalista Paulo Sousa e pelo radialista Robson Santana, no Programa Comércio em Debate na web Rádio Comércio (radiocomercio.com.br), o sindicalista afirmou que desde 1975 nenhum governador se preocupou com a saúde e a classe médica. “Comecei a trabalhar em 1975 e deste período até hoje não houve ninguém que olhasse para a categoria médica para fortalecer, dignificar a categoria médica, até por que se houvesse nós não estaríamos como nós estamos hoje no fundo do poço. Sem exceção. Ninguém fez nada pela saúde”, relembrou.
No programa, o representante da classe médica criticou o relacionamento do deputado Rogério Carvalho com a categoria. Segundo José Menezes, o parlamentar petista é de bater na mesa e derrubar copo quando sua opinião é contrariada. “O relacionamento de Rogério com os médicos aonde ele se apresentou diante das entidades médicas não é o melhor. Por que se comunicar com Rogério é difícil, muito difícil. Os modos operantes de Rogério todo mundo sabe como é. Você pode ser muito bom para ele se você ceder o que ele quer, se você não ceder ele bate na mesa, vira copo, pinta e seta. É um destemperado que quer ser o prefeito. Um homem desse com o poder na mão eu penso até nos servidores da prefeitura o que é que não vão sofrer”, metralhou.
O vice-presidente do sindicato médico ainda “prescreveu” uma nota a gestão de Rogério Carvalho na Secretaria de Saúde. “Eu daria de zero a 10, pelo relacionamento com a categoria, abaixo da média. Eu daria 3,75”, pontuou.
Gestão Almeida
A gestão do ex-prefeito Almeida Lima também foi avaliada pelo sindicalista. José Menezes reconheceu a inteligência de Almeida, mas observou que o deputado federal é um homem desagregador e antidemocrático. “Ninguém em Sergipe vai negar que ele é inteligente ou inteligentíssimo. Agora tem um grande defeito: ele pensa que a inteligência só chegou para ele. Eu acho que José Almeida precisa ser mais agregador. Ele precisa ser mais solidário, humilde. E ele não acrescentou grande coisa para a saúde. Ele criou na época que era prefeito e o secretário era Cizenando Menezes, que era uma figura igual a ele, de difícil relacionamento, isolado, que não é democrático, uma central de ambulâncias. Ele pegou cinco ambulâncias dos postos onde ficavam e colocou numa garagem e achava que isso era uma grande conquista”, criticou.
Assembléia X Governo
José Menezes também não deixou de opinar sobre a crise entre o executivo e o legislativo estadual depois da antecipação da eleição da mesa diretora da Assembléia Legislativa. O médico sindicalista classificou Marcelo Déda de arrogante e concluiu que o poder legislativo foi desmoralizado. “Nós precisamos que os poderes ocupem os seus espaços reservados. O legislativo precisa se valorizar. Sinceramente, o governador passou do limite, ele foi arrogante, muito arrogante. Ele poderia até tomar as decisões dele, que é uma prerrogativa dele, ele foi eleito pelo povo e tem representatividade, agora ele foi muito arrogante, foi uma desmoralização para o legislativo que precisa se impor por que eles também tem representatividade. Agora eles teriam que agir como poder, mas se reduziram a insignificância que eles realmente representam hoje”, avaliou.
O Comércio em Debate acontece de segunda a sexta-feira, das 12h às 14h, na emissora web sergipana.