A Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe (SES) divulgou nesta quinta-feira, 16, nota sobre a vacina contra a meningite.
Veja na íntegra:
1. No Brasil, a doença meningocócica (DM) é considerada uma doença endêmica. A ocorrência de casos é esperada ao longo de todo o ano, principalmente nos meses do inverno, sendo frequente a ocorrência de surtos comunitários ou institucionais. A DM é a principal causa de meningites bacterianas, sendo o sorogrupo C o de maior prevalência no país e o responsável pela maioria dos surtos notificados desde 2006.
2. Em relação às Meningites e especificamente à Doença Meningocócica (DM), observou-se nos últimos 13 anos, uma tendência de redução no número de casos confirmados da doença em Sergipe. Em 2011, foi confirmada em Sergipe a ocorrência de 55 casos de meningite, dos quais, 11 foram classificados como Doença Meningocócica (DM).
3. Verificou-se de janeiro e 04 de fevereiro de 2012, a notificação de 12 casos de doença meningocócica. A análise laboratorial identificou a Neisseria meningitidis C em onze desses casos. Em todos os casos foi realizada a quimioprofilaxia dos contatos identificados, não havendo o surgimento de nenhum caso secundário.
4. As medidas para prevenção e controle da DM são a quimioprofilaxia e a vacinação. A primeira é utilizada para prevenção de casos secundários, devendo ser realizada para todos os contatos íntimos do caso primário em tempo oportuno (até 48 horas).
5. Considerando ser a vacina uma forma de prevenção contra a DM, o Ministério da Saúde incluiu em janeiro de 2011 a vacina meningocócica C (conjugada) no calendário de vacinação da criança na faixa etária de menores de 1 ano de idade. No ano de introdução a vacina foi disponibilizada para as crianças menores de 2 anos de idade. A inclusão da vacina é mais uma ação para atender os princípios do SUS: de universalidade e equidade da atenção à saúde na área de imunizações.
6. O risco de adquirir a DM existe para todas as faixas etárias, mas é inversamente proporcional à idade, sendo que dos seis meses a um ano de vida a criança encontra-se no período mais suscetível.
7. No caso de profissionais de saúde, estudos têm demonstrado que o risco de DM não é maior que o da população em geral, não havendo motivo para a indicação de vacinação.
8. Assim como, ressaltamos que no momento não há indicação da vacinação específica para a população carcerária e instituições fechadas, tendo em vista que estudos não demonstram maior risco.
9. Reforçamos que a vacina fornecida pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuída pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) para todos os municípios deve ser utilizada exclusivamente na faixa etária preconizada pelo MS. A sua inadequada utilização poderá incorrer em processo administrativo.
10. Ressaltamos que toda dose aplicada nas salas de vacina das unidades da saúde devem ser registradas no sistema de informação do programa de imunização (Si-API).
A Secretaria de Estado da Saúde está em alerta e acompanha junto com às Secretarias Municipais de Saúde o comportamento da doença e, a partir da identificação de qualquer alteração na situação epidemiológica deste agravo, que exija implementação das medidas de controle, estas serão adotadas a fim de evitar a disseminação de novos casos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Meningites, 7a edição, 2009, Brasília – DF
Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Nota Técnica nº 53/2011/CGDT/DEVIT/SVS/MS.
Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Manual de Introdução da Vacina Mningocócia C, 2010
CDC. Control and prevention of serogroup C meningococcal disease: evaluation and management of suspected outbreak: recommendations of the advisory committee on immunization practices (ACIP) MMWR 1997; 46: 13-21.
CONTATOS
Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) – 0800-2822822 (para notificação 24 horas por dias)
Diretoria de Vigilância Epidemiológica – 3226 8300
Aracaju, 15 de fevereiro de 2012.
ANTÔNIO CARLOS GUIMARÃES DE SOUSA PINTO
Secretario de Estado da Saúde