Da Reuters
A Vale quer retomar dois projetos de potássio, um em Sergipe e outro no Canadá, para compensar a suspensão do projeto Rio Colorado, que estava entre as prioridades da mineradora até ser considerado alvo de conjuntura econômica desfavorável e incertezas políticas na Argentina.
A segunda maior mineradora do mundo poderá acelerar Carnalita, no Sergipe, e Kronau, no Canadá, que tinham perdido prioridade devido à necessidade da companhia de enxugar investimentos e focar em ativos principais, como os de minério de ferro, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto.
“A Vale não desistiu dos planos de produzir potássio”, afirmou a fonte à Reuters, pedindo anonimato.
A Vale deverá submeter os dois projetos ao Conselho de Administração.
Kronau, que não tinha previsão alguma de ser apresentado, voltou a ser discutido, segundo a fonte.
Na semana passada, a Vale anunciou a interrupção de Rio Colorado, em Mendoza, na Argentina, onde chegou a investir pelo menos US$ 2,2 bilhões como parte da meta de se tornar uma das maiores fornecedoras de fertilizantes do mundo.
O projeto previa a produção de 4,3 milhões de toneladas de potássio ao ano e já contava com 45% das obras realizadas.
Mesmo que antecipe outros projetos, porém, a meta da Vale de se tornar grande fornecedora de fertilizantes deverá exigir mais tempo para ser alcançada, pois Rio Colorado já estava em construção.
Carnalita tem potencial para triplicar a produção de potássio no Sergipe, onde a Vale já possui uma mina em operação por meio de contrato de arrendamento que foi renovado em abril do ano passado com a Petrobras, em uma parceria considerada estratégica pelo governo brasileiro.
Na ocasião, a Vale dissera que aprovaria o projeto ainda no ano passado, mas acabou adiando.
Desde 1992, Vale explora a mina arrendada da Petrobras e produz cloreto de potássio a partir dos sais de silvinita, num volume de cerca de 600 mil toneladas anuais. Carnalita, em área próxima, deverá produzir 1,2 milhão de toneladas.
Kronau, localizado na província canadense de Saskatchewan, tem potencial estimado de produção anual da ordem de 2,9 milhões de toneladas métricas de potássio, segundo informou a Vale anteriormente. O começo era esperado para 2015, até o presidente da companhia, Murilo Ferreira, afirmar que o projeto seria reavaliado.