Preocupada com as possíveis gravidezes indesejadas, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disponibiliza nas suas 44 Unidades de Saúde da Família (USFs) a Pílula do Dia Seguinte (PDS) para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, é importante ressaltar que ela é indicada somente para alguns casos: quando ocorre ruptura do preservativo durante a relação sexual, por exemplo, em caso de estupro, em situações de relação sexual desprotegida ou quando a mulher esquece de tomar a pílula anticoncepcional durante dois ou três dias.
A coordenadora do Programa da Saúde da Mulher da SMS, Cristiani Ludmila, explica que a PDS, é um contraceptivo de emergência, mas que não deve ser utilizado constantemente, já que ele tem uma grande quantidade de hormônios.
“A pílula é indicada para algumas situações, mas é importante frisar que a mulher não deve tomar a PDS livremente e nem utilizá-la com frequência. É somente em casos de emergência mesmo. Tanto que, para ter acesso à pílula na Rede de Atenção Básica, a usuária deve ir à unidade de saúde mais próxima e conversar com um enfermeiro ou médico para que ele possa lhe dar orientações e prescrever o medicamento. Esse cuidado é necessário porque a pílula tem uma quantidade enorme de hormônios e pode gerar efeitos colaterais”, conta.
Além disso, Cristiani ressalta que a PDS deve ser tomada até 72h após a relação sexual. “A pílula deve ser tomada o mais rápido possível para que ela tenha mais chances de fazer efeito e impeça a gravidez indesejada. O ideal é tomar até 72h após a relação sexual. No entanto, ela não é 100% segura e há falhas em aproximadamente 15% dos casos e algumas mulheres acabam engravidando”, disse. De acordo com especialistas, apesar de não ser abortiva, ela deve ser utilizada apenas uma vez por ano.
Acompanhamento médico
Embora haja a possibilidade de evitar a gravidez indesejada com a Pílula do Dia Seguinte, é imprescindível que a mulher, que tem uma vida sexual ativa, procure um ginecologista para que o profissional possa recomendar um método contraceptivo adequado.
“A pílula é para casos de emergência. Sendo assim, orientamos que a mulher que tem relações sexuais procure um profissional para receber acompanhamento médico e fazer uso de um método contraceptivo adequado. Inclusive, nas unidades de saúde disponibilizamos anticoncepcionais e a inserção do DIU (Dispositivo Intra-Uterino), mas é importante lembrar também que, independente de métodos, o uso do preservativo é fundamental para se proteger contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)”, conclui Cristiani.
A vendedora Priscila dos Santos, por exemplo, é uma das que já fizeram uso da PDS. Mas ela conta que, depois da experiência, ela está mais atenta e toma de maneira correta o anticoncepcional que foi recomendado pelo seu ginecologista. “Certa vez tive relações com meu namorado e não usamos preservativo e na época eu não estava usando nenhum anticoncepcional. Então fui a uma unidade de saúde e peguei a pílula do dia seguinte. Depois disso, fiquei mais atenta e, agora, tomo certinho um contraceptivo”, afirma.
Efeitos colaterais
Os principais efeitos colaterais que a pílula de emergência pode causar são: náuseas e vômito, dor de cabeça, cansaço, sangramento fora do período menstrual, hipersensibilidade nos seios, dor abdominal, diarreia e alteração no ciclo menstrual.