Desenvolver um modelo de interface para uso de ventilação mecânica não invasiva (VMNI) em pacientes com Covid-19. Esse é o objetivo do estudo realizado no estado que resultou na criação de um protótipo a partir do qual podem ser produzidos capacetes para serem utilizados em unidades de saúde como mais uma ferramenta frente à pandemia pelo Coronavírus.
Parte dos pacientes acometidos pela Covid-19 podem evoluir para uma forma mais grave da doença, passando a necessitar de suporte ventilatório em ambiente hospitalar. A ventilação não invasiva se apresenta então como uma alternativa de tratamento. O capacete, em forma de “bolha”, é usado sobre a cabeça do paciente.
“A Ventilação Mecânica não Invasiva (VMNI) torna-se uma importante opção no tratamento da insuficiência respiratória aguda em pacientes selecionados”, ressalta Gustavo Melo, um dos colaboradores e fisioterapeuta-chefe da Unidade de Reabilitação do HUL-UFS. “É um protótipo semelhante ao capacete comercialmente disponível, inacessível no momento em virtude da gigantesca demanda mundial por equipamentos hospitalares”, observa.
Instituições parceiras
Uma vez confeccionado, o propósito é disponibilizar o equipamento para serviços de saúde, prioritariamente no SUS. Para a análise física do capacete, o projeto conta com a infraestrutura disponível de equipamentos e laboratórios da UFS, do Hospital Universitário de Lagarto e Hospital Universitário de Sergipe, bem como apoio de professores dos Departamentos de Fisioterapia (Campus São Cristóvão e Lagarto) e Física Médica, e colaboradores dessas instituições.
“A ventilação não invasiva aparece como opção no enfrentamento à Covid-19”, enfatiza o professor Manoel Cerqueira Neto, superintendente do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS/Ebserh) e pesquisador responsável pelo projeto. Ele explica que o equipamento estará sendo elaborado inicialmente a partir de material disponível e de baixo custo. “Com a perspectiva de ampliação desta proposta e desenvolvimento de um produto eficiente não apenas para esta situação”, adianta.
O capacete é composto de três partes: capuz, que cobre toda a cabeça do paciente, feito de material transparente e macio; colar rígido e largo, logo abaixo do queixo e que permite adaptar conexões externas; e vedação confortável e ajustada ao pescoço. O protótipo está passando por ajustes finais para seguir com aprovação junto à Vigilância Sanitária e Anvisa.
Aurélio Barreto, analista de sistemas da Embrapa, lembra que conheceu a funcionalidade dos ventiladores não invasivos em formato de capacetes (helmets), daí surgindo a ideia de criação desse modelo. “Montamos então uma equipe multidisciplinar”, diz. “Busquei formas de usar meus conhecimentos técnicos para ajudar no combate ao Coronavírus”, afirma o pesquisador, responsável em sua empresa por projetos agropecuários de ponta.
O professor José Rabelo, gerente do Tiradentes Innovation Center, também colaborador na pesquisa, destaca a importância do trabalho cooperativo das diferentes instituições de pesquisa e desenvolvimento envolvidas. “Um grande exemplo de que quando as pessoas se juntam e querem mover algo as coisas acontecem e todo o processo fica mais enriquecido”, afirma. “E sempre com muita responsabilidade, seguindo normas, processos, para que as pessoas possam usufruir dessas soluções”, finaliza.
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Da Ascom/UFS