Nota técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) recomenda a investigação para apurar a compra de mais de 700 toneladas de picanha e 80 mil litros de cerveja feita pelas Forças Armadas em 2020.
Em fevereiro, o Congresso em Foco mostrou que deputados do PSB na Câmara acionaram o tribunal por “uso de recursos com ostentação e superfaturamento” pelos militares em “churrascadas”. De acordo com despacho assinado pelo ministro Walter Rodrigues a denúncia será apensada a outro processo que trata do mesmo assunto para tramitação conjunta no TCU. Este processo reúne outros cinco pedidos de investigação sobre o tema.
Parlamentares do PSB também protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o que consideraram “uso de recursos com ostentação e superfaturamento” por parte das Forças Armadas.
O documento endereçado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, incluia gastos exorbitantes com itens para churrasco. Além das mais de 700 toneladas de carne de picanha e 80 mil cervejas bancadas com dinheiro público, documentos dos parlamentares mostram que as Forças Armadas também podem ter comprado mais de nove mil quilos de filé de bacalhau, 139 mil quilos de lombo do mesmo peixe, além de dez garrafas de uísques 12 anos para o Comando do Exército e de 660 de conhaque para o Comando da Marinha.
O documento foi assinado pelos deputados Elias Vaz (PSB-GO), Alessandro Molon (PSB-RJ), Denis Bezerra (PSB-CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Bira do Pindaré (PSB-MA) e Vilson da Fetaemg (PSB-MG), e foi movido semanas após a imprensa revelar dados sobre os gastos do governo federal com leite condensado e outros itens.
Na época, os deputados autores da denúncia disseram que “a quantidade de itens contratados para o ano de 2020 sugere as Forças Armadas realizaram grande número de festividades mesmo durante a vigência de recomendações sanitárias de distanciamento social”.
Em nota, o ministério da Defesa afirma que “gastos das Forças Armadas vêm sendo divulgados de forma equivocada e distorcida, gerando desinformação”. A pasta diz ainda que “os processos de compra são executados de forma transparente – tanto que podem ser consultados por qualquer cidadão – e auditados pelos órgãos de controle interno e externo, passando por constantes aprimoramentos”.
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Fonte: Marina Oliveira e Edson Sardinha, do Congresso em foco