Mostrando-se despreparado para a função que exerce, o ex-sindicalista e atual deputado estadual Francisco Gualberto (PT), líder do governador Marcelo Deda (PT) na Assembléia Legislativa de Sergipe foi, no mínimo, deselegante ao recusar dialogar, ontem, com representantes de funcionários de escolas estaduais hoje pela manhã na cidade de Propriá, distante 98 km da capital, Aracaju.
Os servidores aproveitaram à presença na cidade do vice-governador, Jackson Barreto (PMDB) e do líder do governo na cidade e foram cobrar celeridade no envio do Projeto de Plano de Cargos e Salários para votação na Alese e, principalmente, que contemple as propostas consensuadas entre representante dos servidores e do Governo do Estado.
Os destacados políticos estavam na cidade participando do I Encontro Municipal do PMDB e aliados (PT, PSB, PC do B, PHS, PSD) que homologará o apoio destas forças políticas ao pré-candidatura do presidente da Câmara Municipal, vereador Paulinho Campos a prefeitura da cidade pelo Partido dos Trabalhadores. Evitando serem deselegantes, os servidores os aguardaram do lado de fora do recinto.
Depois de reunirem-se e aguardar pacientemente, os servidores foram ao encontro do vice-governador Jackson Barreto, entregando cópia da Lei Nº 12.014/2009, de 06 de agosto de 2009, que os qualifica como educadores, assim como são seus colegas professores: Altera o art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com a finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores que se devem considerar profissionais da educação.
Cordialidade do vice
Os servidores pleitearam junto ao vice-governador que o novo Plano de Cargos e Salários contemple os termos desta lei, no que foram recebidos com a cordialidade que é peculiar ao presidente do PMDB em Sergipe, que se comprometeu junto a eles encaminhar o pleito ao titular Marcelo Deda, que reassumiu o governo na tarde de ontem, 14, assegurando que acredita que ainda este ano o projeto será encaminhado para votação pelos deputados estaduais.
Dia do Índio
Da mesma forma, dirigindo-se ao secretário de estado da Administração, Jorge Alberto Prado, que preside a Fundação Ulisses Guimarães em Sergipe, que assim como seu colega peemedebista, os recebeu de forma cordada, ouvindo-os atentamente, informando em seguida que “o SINRTRASE tem participado e que terá uma primeira reunião dia 19 (de Abril) para receber as sugestões”, disse.
PCS em formatação
O secretário afirmou que o Plano de Cargos e Salários “ainda está em formatação” e o que foi encaminhado para a Assembléia Legislativa foi uma Lei específica para a “administração indireta”, para os funcionários como os servidores do DER/SE (Departamento de Estradas e Rodagens de Sergipe), concluiu, assegurando aos líderes dos servidores que o processo ainda está em aberto, aguardando sugestões.
Tentativas de intimidação
Já o deputado estadual Francisco Gualberto, confirmando a fama da forma intolerante como reage contra aqueles que se opõem as suas idéias (sindicalistas, radialistas, colegas parlamentares, etc.), não fugiu a regra e foi extremamente ácido com membros da comissão, dizendo que se recusava a falar com estes, caso a conversa fosse gravada (o que não foi recusado por Jackson e Jorge Alberto). Ouviu de um deles, Edinaldo/Naudinho que poderia solicitar que os microfones fossem desligados para continuar a conversa. “não quero gravar”, disse e que a conversa pararia por ali.
Empregado do povo, SIM
“O senhor é meu, nosso empregado”, disse Naudinho, insistindo que o “representante do povo” os ouvissem. “Você também é meu empregado”, disse Chiquinho Gualberto, “pois eu pago seu salário com seus impostos”, retrucou o deputado. “Se quiser falar comigo, aguarde o encerramento do ato (Encontro Municipal do PMDB), e depois eu os recebo em uma sala (sic), mas eu não estou aqui para te adular”, concluiu o parlamentar, adentrando-se em seguida ao Prédio da Câmara de Vereadores.
Atitude de um líder
Sintonizado com a causa que representa (os interesses dos profissionais da educação), Naudinho não se intimidou com o caráter arrogante de Gualberto, não levantando o nariz nem baixando a cabeça em nenhum momento, apenas olhando-o no olho, aliás, como devem se comportar todos os cidadãos que com seus impostos pagam (e muito caro) os altos salários (maiores do que estes fazem por merecer) dos deputados.
Nosso Repúdio
Testemunho ocular da forma deselegante e desrespeitosa (ele falava com tom de voz alterado, intimidatório) como o ex-representante dos trabalhadores e agora representante dos que controlam com punhos de ferro o Estado tratou os servidores públicos, este portal recusou-se a cobrir o Encontro Municipal do PMDB, não por represália a este partido e seus aliados (que merecem todo o nosso respeito), mas ao deputado que mostrou de que lado está – nós, da Tribuna da Praia, nos posicionamos do lado da maioria, dos servidores públicos, … sempre.
Texto: de Claudomir Tavares – Tribuna da Praia