A estudante de psicologia que é travesti estava indo para a faculdade em um ônibus do transporte público de Aracaju por volta das 18h30 da quinta-feira (15/02) e durante o percurso disse que sofreu agressão sexual, física e moral.
“O ônibus estava muito cheio e não percebi nenhuma movimentação estranha. Mas de repente percebi que um passageiro estava colocando a mão entre as minhas pernas. Gritei e pedi para ele parar. Todos ficaram surpresos e chocados com o assédio sexual. Imediatamente ele negou e até chorou, disse que eu estava desequilibrada, mas eu vi a mão dele”, recorda a estudante.
Neste momento outro passageiro percebeu que a estudante não é mulher.
“Eu estava nervosa e gritei com o agressor, os passageiros perceberam pela minha voz que não sou uma menina. Um deles gritou e me chamou de traveca, todos riram de mim e eu fiquei ainda mais humilhada”, conta emocionada.
Quando chegou perto da faculdade, este passageiro que chamou a vítima de ‘traveca’ continuou as agressões.
“Ele pegou uma faca e ameaçou me ferir. Eu disse para ele parar e lembrei que a câmera de segurança do ônibus estava funcionando. Ele guardou a faca mas me agrediu fisicamente. Me chutou e eu caí no chão na calçada da faculdade. Duas universitárias que também saíram do ônibus me ajudaram. Fiquei muito ofendida e machucada”, lamenta.
Em seguida a estudante registou um Boletim de Ocorrência na delegacia Plantonista em Aracaju e também pediu ajuda na Delegacia de Grupo de Vulneráveis.
“É importante denunciar os agressores para que a ação da polícia combata este tipo de crime. A travesti que se sentir agredida fisicamente ou moralmente deve registrar a ocorrência na Delegacia Plantonista e na Delegacia de Grupo de Vulneráveis, além disso deve pedir ajuda ao núcleo de políticas LGBT da Secretaria dos Direitos Humanos de Sergipe”, orienta a coordenadora do núcleo, Lohanna dos Santos.
A estudante descreve os agressores. “O primeiro passageiro que me agrediu sexualmente tem entre 27 e 30 anos, é negro, tem cerca de 1,60m e cabelo curto. O outro tem cerca de 23 anos, é alto, tem 1,80m, usa bigode e é moreno. Os dois usavam farda de trabalho, eles podem ser pedreiros ou trabalham na área da construção civil. Acredito que estava voltando do trabalho neste horário”, finaliza.
Com informações de Fredson Navarro do G1SE