Por volta das 13h dessa terça-feira (26), um trabalhador da construção civil, identificado como José Francisco dos Santos Júnior, um funcionário da empresa Etinho Guindaste, foi esmagado por uma barra de ferro de aproximadamente 1,5 toneladas e acabou morrendo. O acidente aconteceu em um canteiro de obras da Construtora Pottencial, localizado na Avenida Construtor João Alves, bairro São José. No local está sendo construído o novo prédio do Ministério Público da União.
De acordo com informações da polícia, no momento em que os militares chegaram ao canteiro de obras para averiguar a ocorrência, os engenheiros da obra e os representantes da empresa de guindaste iniciaram uma pequena confusão a respeito de quem seria a culpa da morte do trabalhador. “Nos inclusive fizemos imagens do princípio de discussão. No meio da ocorrência eles tentavam empurrar a culpa de um lado para outro, entre construtora e empresa contratada”, afirmou o cabo da PM Amintas.
Ainda de acordo com o cabo Amintas, mesmo depois do acidente diversos operários continuaram suas atividades no canteiro de obras, sem mobilização e solidariedade com o colega que perdera a vida no acidente. “Quando chegamos muitos trabalhadores ainda estavam fazendo suas atividades com as maquinas, e isso me deixou inconformado. Um corpo estendido no chão e a obra continuando a todo vapor”, disse.
Momentos após o Instituto Médico Legal (IML) recolher o corpo do trabalhador, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e Construção Civil de Sergipe (Construcon), Raimundo Luiz (foto ao lado), chegou ao local do acidente e entrou no canteiro de obras para obter informações de como teria ocorrido a morte do operário. Ao sair, ele apresentou para a imprensa os motivos que teriam causado o acidente que tirou a vida de José Francisco dos Santo Junior.
Segundo Raimundo Luiz, a vítima do acidente foi contratada pela empresa no último dia 16 de fevereiro. Ou seja, há apenas 15 dias ele fazia aquele tipo de trabalho. Ele afirmou que o acidente aconteceu em virtude de imperícia e falta de conhecimento do trabalho. Uma máquina tipo guindaste estaria com um dos eixos presos por pequenos pedaços de arame, momento em que a barra de ferro foi presa nesse eixo e acabou caindo no operário.
Raimundo disse ainda que existe uma correria na obra para que o prédio seja entregue no tempo previsto, o que seria um motivo para a imperícia de equipamentos em canteiros de obra. “Essas construtoras e empresas da construção civil querem fazer o seu trabalho e, muitas vezes, não estão nem aí para seus funcionários. Não existe nenhum tipo de fiscalização e é, justamente, por isso que acontecem os acidentes.
O presidente da Construcon informou que o sindicato vai fazer fiscalização nos canteiros de obrar. Ele lembra que em menos de quatro meses do seu mandato, esse é o segundo trabalhador que morre em um canteiro de obras. “É um número absurdo para o nosso estado. É mais um pai de família que perde a vida por imprudência das empresas. Nos vamos lutar cada vez mais pelos direitos da classe”.
Os representantes da empresa Etinho Guindastes e da Construtora Pottencial não quiseram se pronunciar a respeito do acidente.