O Sintufs, sindicato que representa os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Sergipe (UFS), vem a público denunciar o quadro alarmante em que se encontra a instituição, diante da completa insuficiência de repasses orçamentários por parte do governo federal. Apesar das promessas feitas pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na terça-feira (27), em Brasília, de que os repasses para custeio referentes aos meses de janeiro a maio seriam regularizados, o que se verifica nas universidades e institutos federais de todo o país — inclusive na UFS — é um cenário de colapso.
A reportagem do portal SE Notícias fez contato com o reitor André Maurício, que confirmou as informações.
Na quarta-feira (28), durante reunião com a coordenação do Sintufs, o reitor voltou a afirmar que a universidade enfrenta uma situação financeira crítica. A gravidade da situação também foi reconhecida, na semana passada, pelo pró-reitor de Administração da UFS, durante atividade realizada com o sindicato. Segundo ele, faltam recursos para despesas básicas; os contratos com empresas terceirizadas estão sendo pagos com atraso; fornecedores não estão recebendo; e a universidade chegou a acumular dívidas com a conta de energia elétrica, a ponto de receber visita da concessionária para efetuar o corte do fornecimento.
As consequências são devastadoras. Trabalhadores e trabalhadoras terceirizados(as) estão recebendo salários e benefícios com atraso, como auxílio-alimentação e auxílio-transporte. O Sintufs tem recebido dezenas de denúncias sobre esses atrasos e também sobre práticas de assédio moral sofridas por esses profissionais — situação agravada pela precarização das condições de trabalho e pela negligência do poder público. Segundo o reitor, a administração tem buscado garantir o pagamento às empresas, mas, sem orçamento suficiente, isso tem se tornado inviável.
A precarização atinge também a estrutura física e os serviços essenciais da universidade. Veículos estão parados por falta de manutenção, prédios apresentam infiltrações, há escassez de materiais de limpeza e o funcionamento dos laboratórios está comprometido.
Neste mês de maio, não houve repasse financeiro por parte do governo federal, e não há qualquer previsão de quando a situação será regularizada. A universidade está operando no limite e, sem novos recursos, poderá ser forçada a suspender atividades.
O Sintufs vem, há meses, cobrando da gestão da UFS soluções para a situação dos/as terceirizados/as e denunciando a omissão do governo federal diante do caos orçamentário instalado nas instituições federais de ensino.
O que está em jogo não é apenas o funcionamento da universidade. O fechamento da UFS significaria um enorme prejuízo para toda a sociedade sergipana, com impacto direto no atendimento à população nos hospitais universitários, na suspensão de pesquisas essenciais para o desenvolvimento regional e na interrupção da formação de milhares de estudantes.
Não se trata de um problema isolado. Universidades e institutos federais de todo o país enfrentam dificuldades semelhantes — algumas já operam com orçamento contingenciado desde o início do ano, enquanto o MEC segue prometendo regularizações que não chegam às instituições.
Diante disso, o Sintufs reforça sua denúncia pública e convoca toda a comunidade universitária, movimentos sociais e a sociedade sergipana a se unirem em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. O colapso das universidades federais não é uma abstração: está acontecendo agora, diante dos nossos olhos, e exige reação imediata.
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Redação, com informações do Sintufs