Na assembleia extraordinária realizada nesta quarta-feira, 03/07, a categoria optou por voltar à atividade tão logo o Sindetran seja notificado acerca da ilegalidade da greve. Uma opção razoável diante da absurda multa imposta pelo Tribunal de Injustiça (TJ). R$ 10.000,00 diários de multa inviabilizariam a organização de atos, a assistência à classe e a manutenção do sindicato. O valor, que nem mesmo certas empresas pagam por descumprir ordens judiciais , é exorbitante e demonstra como o judiciário de Sergipe não é comprometido com o funcionalismo público e está francamente irmanado com a política (um Déda aqui, o outro lá).
Portanto, a greve acaba. Mas isso não implica no desmanche do movimento por aumento salarial e melhores condições de trabalho. Recuamos para avançar. Continuaremos igualmente atentos às diárias arbitrárias, à irregular contratação de estagiários (forma de maquiar a urgente necessidade de convocação dos excedentes do último concurso) e à assombrada folha de servidores do Detran. Encontraremos maneiras de protestar: paralisações, panfletagens. Não deixaremos de visitar Bosco Costa e seus comissionados para questionar e contestar a deficiente administração que ele, nada entendido em Legislação de Trânsito (o que gerou momentos constrangedores recentemente) e gestão de órgãos públicos, segue guiando.
Em setembro, afirma o secretário da Fazenda, as contas do estado estarão equilibradas. É de olho nesse mês que estamos agora. Aprofundaremos as conversas com os homens que nos dirigem no Palácio de Despachos. Montaremos uma nova greve se preciso. Ainda mais contundente do que esta tem sido.
Ao governador em exercício, dirigimos o seguinte aviso: o TJ, em sua declaração de ilegalidade da greve, afirmou que com ela o Sindetran interrompeu as negociações existentes. Ora, sabemos, Jackson sabe, Bosco idem, e até as pedras do pátio do Detran têm conhecimento de que em nenhuma das reuniões com ambos negociou-se algo. Bosco, que se autodeclara um mero intermediário do Governo, apenas no encheu de conversas vazias, de argumentos surrados. Jackson, por sua vez, nas três vezes em que nos encontrou, somente repetiu a mesma história do limite prudencial e contou os seus causos do início de vida pública. Então, se ele de fato nos receber na sexta-feira, 05/07, como sinalizou na última audiência, que seja para dizer algo novo. E se for para falar o de sempre, que ao menos prepare o chá e os biscoitos, para tornar simpática a conversa.
Para todos àqueles que aderiram a esses trinta dias de braços cruzados, os nossos parabéns. Vocês provaram que guardam em si qualidades fundamentais: integridade moral para não se vender por compensações ilegais, promessas e tapinhas nas costas, e coragem para batalhar por dignidade e lutar contra esta ordem injusta que rege Sergipe e o Detran. Somos guerreiros, companheiros, e juntos somos fortes. Continuemos de pé! “O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer” (Abraham Lincoln).
Ascom Sindetran