A capital sergipana e as cidades do interior do Estado que promoveram festas de Carnaval tiveram um saldo positivo no quesito segurança pública. Os dados dos cinco dias de festa foram apresentados na manhã desta sexta-feira, 20, pelo secretário Mendonça Prado e pelo delegado-geral da Polícia Civil, Everton dos Santos, pelo comandante geral da PM, coronel Maurício Yunes, e pelo comandante geral do Corpo de Bombeiros, Reginaldo Dórea.
Os dados registrados nas delegacias montadas na capital e no interior de Sergipe para receber as ocorrências geradas no Carnaval apontam que de sábado, dia 14, até a madrugada de quarta-feira, 18, foram registrados 78 Autos de Prisão em Flagrante, 75 pessoas foram presas, 31 Termos de Ocorrência Circunstanciados (TOC) foram produzidos, destes a maioria por embriaguez ao volante, 16 adolescentes infratores foram apreendidos e 14 armas de fogo retiradas de circulação.
O secretário também apresentou um balanço dos homicídios registrados no período e disse que os 21 crimes contra a vida registrados aconteceram nos municípios de Pacatuba, Japoatã, Nossa Senhora do Socorro, Salgado, São Domingos, Itabaiana, Boquim e Umbaúba, ou seja, bem longe dos festejos. Mendonça disse que esmagadora maioria das vítimas tinham envolvimento no mundo do crime, oito eram ex-presidiários, três morreram em confronto com a polícia e os demais foram mortos com características de acerto de contas.
“Isso prova que nosso Carnaval foi muito tranquilo e que Sergipe deve continuar a receber turistas e investimentos, pois onde teve Carnaval tivemos paz, tranquilidade e uma segurança extremamente eficiente”, atestou o secretário.
Mendonça confirmou que a estatística prova que os homicídios estão ocorrendo por causa das escolhas nebulosas das vítimas. “Não adianta tratarmos aqui das consequências. No momento, vários fatores precisam ser levados em conta para analisarmos o perfil dessas vítimas, tais como tráfico de drogas e reincidência no mundo do crime. É necessário que a sociedade esteja atenta a essa situação porque precisamos mudar a legislação para tornar as leis mais rígidas. Estamos tendo muitos problemas com reincidências de criminosos, e isso tem aumentado a violência em nosso país. É necessário estudar e resolver as causas da violência e parar de focar apenas nas consequências” atestou.
Na fala dos representantes da segurança foi mostrado que existe uma falha na estrutura social que precisa ser repensada. “A maioria das pessoas mortas neste período tinha problemas na estrutura familiar ou tem histórico criminal. Há aqui casos de pessoas que são presas três, quatro até seis vezes e de repente ela está solta cometendo novos delitos. Isso a polícia de Sergipe não vai conseguir resolver, apenas uma alteração no ordenamento jurídico nacional resolve; por isso, estamos agora mostrando para a sociedade a causa dos problemas”, disse.
Polícia Civil
O delegado-geral Everton dos Santos disse que 120 policiais civis trabalharam no período carnavalesco nas delegacias que funcionaram como plantonista nas cidades de Itabaiana, Pirambu, Canindé do São Francisco, Estância, Neópolis, Aracaju e Lagarto. Everton confirmou as palavras do secretário e disse que “não consideramos o Carnaval violento porque os fatos se deram fora do local onde estava acontecendo as festas. Essas pessoas foram detidas pela PRF nas rodovias, pela PM nos povoados, entre outros, por isso consideramos que o carnaval foi tranquilo”, disse.
Para Everton esse resultado positivo pode ser atribuído ao policiamento, com reforço nas ações das polícias em parcerias com as Guardas Municipais, SMTT e Polícia Rodoviária Federal. No tocante a investigação dos crimes de homicídios ocorridos no Carnaval ele frisou que as vítimas tinham passagem pela polícia e que a princípio não indícios de casos de execução, mas de uso de armas de fogo para eliminar desafetos.
Polícia Militar
O coronel Maurício Iunes foi enfático ao afirmar que os homicídios estão ocorrendo em Sergipe devido a uma cobrança dos traficantes que matam suas vítimas em razão de dívidas de drogas. “Queremos dizer que Sergipe não produz drogas e não tem fábrica de armas, então se conclui que as drogas e as armas vem de outros locais. A PM irá aumentar as operações com a implementação do policiamento móvel comunitário para que possamos agir de forma mais incisiva”, destacou
Iunes lembrou que 2.585 policiais militares foram escalados para fazer a segurança da população no período carnavalesco. “O reforço no policiamento ostensivo garantiu a prisão de dezenas de infratores e apreensão de diversas armas e drogas. Todo tipo de droga já circula pelo Estado, agora o tipo de arma que está sendo apreendido chama bastante atenção, que agora não é apenas revólveres e pistolas, já são também armas de grosso calibre”.
Corpo de Bombeiros
O Corpo de Bombeiros de Sergipe comemora uma grande redução no número de ocorrências nas cidades com festas de Carnaval. Na edição deste ano, foi registrado 33 ocorrências ante as 138 registradas na festa do ano passado. “A prevenção que realizamos este ano surtiu muito efeito. Tivemos dados alarmantes no ano passado em relação à crianças perdidas e em 2015 apenas uma. Este ano também registramos dois afogamentos, porém em cidades fora do eixo do Carnaval”.
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Informações da SSP/SE