Costumes, cultura, elementos que unem cidadãos de um mesmo lugar e ajudam a construir uma identidade coletiva. Nesta semana de memória da Emancipação Política de Sergipe, o portal ASN aguça o seu orgulho destacando lugares e características que nos tornam sergipanos, tendo ou não nascido nesta terra. Menor estado da federação, com 21.918,493 km², Sergipe tem população estimada em 2.219.574 (IBGE/2014).
São 75 municípios, que desde 2007 foram classificados em oito territórios que consideram critérios como identidade cultural, econômico-produtiva e geoambiental. História, arte, paraísos naturais, folclore, ecoturismo, religiosidade, diversão e muito mais. Em cada um deles, muitos aspectos de um único povo.
No Alto Sertão estão as cidades de Canindé do São Francisco, Gararu, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Poço Redondo, Porto da Folha e Nossa Senhora de Lourdes. São muitos os atrativos destes lugares, mas há de se conhecer parte da história do país no Monumento Natural Grota do Anginco, importante área de conservação da Caatinga, com área de 2.270 hectares entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco. Além da conservação do bioma, a área estimula a pesquisa científica, ações de educação ambiental e ecoturismo. O monumento é nacionalmente conhecido por seu valor histórico e cultural, pois foi rota do cangaço e local onde Lampião, Maria Bonita e outros nove cangaceiros foram mortos em 1938.
O Médio Sertão está localizado no centro-norte de Sergipe e abrange Aquidabã, Cumbe, Feira Nova, Graccho Cardoso, Itabi e Nossa Senhora das Dores. Nesta última cidade, vale a pena visitar o Sítio “SóArte” e ser recepcionado pelas esculturas em madeira bruta do artesão Cícero Alves dos Santos, o Véio, que estão expostas a céu aberto, na BR 206. O artista é um verdadeiro mito da cultura sertaneja, que no último mês de maio percorreu países do Velho Mundo mostrando sua arte por iniciativa do Instituto Gira Mundo. Quando Véio expõe sua obra, é Sergipe se mostrando ao mundo.
Muribeca, Amparo do São Francisco, Brejo Grande, Canhoba, São Francisco, Cedro de São João, Ilha das Flores, Japoatã, Malhada dos Bois, Neópolis, Pacatuba, Propriá, Santana do São Francisco e Telha compõem o Baixo São Francisco. Quem circula por essa área faz uma viagem pelas paisagens exuberantes dos municípios ribeirinhos, entre eles Santana do São Francisco, com seu artesanato em cerâmica. Sergipe também tem o seu Pantanal, e ele está em Pacatuba. Já em Brejo Grande está a foz do rio São Francisco, além de dezenas de ilhas e um denso e rico manguezal. São paraísos que encantam e orgulham Sergipe.
No centro-oeste está o território Agreste Central Sergipano, formado por Areia Branca, Campo do Brito, Carira, Frei Paulo, Itabaiana, Macambira, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, São Miguel do Aleixo, Pinhão, Ribeirópolis, São Domingos e Pedra Mole. O Parque Nacional da Serra de Itabaiana, segundo ponto mais alto do estado com 659 metros de altitude, é parada obrigatória. Criado em 15 de junho de 2005, localiza-se na região do agreste de Itabaiana, mas sua área atinge ainda nos municípios de Areia Branca, Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras e Campo do Brito. Trata-se de uma Unidade de Conservação (UC) de Mata Atlântica, fauna, flora, recursos hídricos e paisagísticos nela inseridos, para promover pesquisa, educação ambiental e turismo ecológico. Sua área abrange 7.966 hectares e o perímetro 87,25 km. Em Itabaiana também encontra-se o Parque dos Falcões, centro de conservação de aves.
O Centro Sul é formado pelos municípios de Poço Verde, Tobias Barreto, Riachão do Dantas, Lagarto e Simão Dias. Em Tobias, a Feira da Coruja ocorre nas madrugadas de segundas-feiras e atrai o público assim como os bordados característicos da cidade. Já em Lagarto, a terceira cidade mais antiga de Sergipe, encontra-se um dos mais belos exemplares do folclore sergipano, o singular grupo de dança folclórica Parafuso, que só existe no município. Os dançarinos do folguedo usam anáguas brancas superpostas cobrindo todo o corpo, pintam os rostos de branco e usam chapéus forrados com tecido branco. São trajes que, segundo a tradição, foram usados como disfarces nas fugas empreendidas pelos escravos. Na coreografia há giros para os lados e em volta de si mesmo, “a torcer e retorcer”, daí a origem do nome.
No Sul sergipano encontram-se Cristinápolis, Tomar do Geru, Arauá, Boquim, Indiaroba, Itabaianinha, Pedrinhas, Salgado, Santa Luzia do Itanhy, Umbaúba e Estância, denominada pelo imperador Dom Pedro II como “Cidade Jardim de Sergipe”. O local de sobrados azulejados e do barco de fogo ainda possui um belo acervo arquitetônico. É terra de um dos seis imortais sergipanos da Academia Brasileira de Letras, o escritor, jornalista, diplomata e político Gilberto Amado, que foi membro e muitas vezes presidente da Comissão do Direito Internacional da ONU. Ele pertenceu a uma família de escritores, na qual se incluem seus irmãos Genolino, Gildásio e Gilson, além de seus primos, os irmãos James e Jorge Amado. Mas foi também o autor do disparo que matou o poeta Aníbal Teófilo no salão nobre do Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro em 1915. O sergipano foi absolvido na justiça, mas condenado pela opinião pública da época.
Na área Leste do estado encontram-se os municípios de General Maynard, Rosário do Catete, Divina Pastora, Santa Rosa de Lima, Siriri, Capela, Japaratuba, Pirambu e Carmópolis. O turismo religioso é destaque no Complexo do Monte Carmelo, bem como na romaria à Divisa Pastora, com a peregrinação ao santuário reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe (Decreto 28.884/2014). A iniciativa é um fenômeno religioso iniciado em 1958, quando, ao retornar da França, o Padre Luciano Cabral Duarte realizou, juntamente com jovens da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, peregrinação da Paróquia de Riachuelo ao Santuário de Divina Pastora.
No primeiro ano foram cerca de 50 peregrinos, no segundo ano o número quadruplicou. Em 2014, foram mais de 120 mil peregrinos. Divina Pastora é conhecida também pela renda irlandesa, cujo modo de produção é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2008. O artesanato é um tipo de renda de agulha que combina uma multiplicidade de pontos executados com fios de linha e tem como suporte o lacê, produto industrializado que se apresenta sob várias formas, sendo o fitilho e o cordão os mais conhecidos na atualidade.
A Grande Aracaju, localizada no centro-leste de Sergipe, é formada por Aracaju,Barra dos Coqueiros, Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Maruim, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, São Cristóvão e Santo Amaro das Brotas. É o território mais populoso do estado e porta de entrada para todos os demais atrativos sergipanos. Neste cenário, que mescla litoral e cidades históricas, é possível, percorrendo pequenas distâncias, conhecer o melhor de cada lugar e encerrar o dia saboreando o caranguejo quebrado, ao molho vinagrete, na brisa marinha da praia Atalaia, situada na capital sergipana.
Fonte: Agência Sergipe de Notícias