Wladmir Paulino, NE10
O adversário fechou-se em seu campo e só permitia que o Náutico trocasse passes até o meio do campo. A partir daí, se não imprimisse velocidade, alguém saísse driblando ou o velho chuveirinho, a bola ficaria presa na intermediária sergipana. A opção da bola parada foi a primeira tentativa alvirrubra. Aos 11 minutos, Marcos Vinícius desviou de cabeça, para trás, mas ela ficou fácil nas mãos do goleiro Pablo.
A segunda opção, o drible, ficou para o melhor jogador do time, Zé Mário. Ele saiu da esquerda para a direita, deixou dois adversários para trás, mas na hora do chute cruzado, abriu demais, transformando quase num cruzamento. Geovane ainda tentou chegar mas não conseguiu. A dificuldade para construir as jogadas era tão difícil que o centroavante Rodrigo Careca só conseguiu finalizar a primeira jogada aos 23 minutos.
O time visitante só tentaria nos contra-ataques e encontrou espaços mas não soube aproveitá-los. Para se ter uma ideia do nível técnico, o lateral Bruno Bacabal tentou uma jogada na linha de fundo. Ergueu a cabeça para confirmar se havia algum companheiro na área e quando voltou suas atenções para a bola, ela já cruzara a linha de fundo. O Náutico teve outra grande chance aos 41, num passe de Careca para Geovane. O camisa sete chutou e o goleiro defendeu com os pés.
Os alvirrubros voltaram para o segundo tempo com Marcelinho no lugar de Geovane. Mas a melhor mudança foi a postura do time. Os jogadores procuraram envolver mais a marcação do Sergipe, que, de seu lado, tentava marcar um pouco mais adiantado. Logo no primeiro minuto, Marcelinho teve uma grande oportunidade em cobrança de falta, mas carimbou o travessão.
Aos 21 minutos, o técnico Vinícius Saldanha fechou a porta de seu time de vez ao tirar um atacante – Júnior Pirambu – para acionar um jogador de meio de campo, Raphinha. Já o Náutico teve Vinícius no lugar do apagado Marcos Vinícius. E virou um jogo de ataque contra defesa. O problema era deixar alguém em condições de finalizar. Os cruzamentos esbarravam nos marcadores. Os lançamentos eram interceptados e quando alguém driblava o adversário, a conclusão nunca saía ‘limpa’. A dificuldade em acionar Rodrigo Careca era a mesma da etapa inicial.
Quanto mais o tempo passava, menos jogo o Sergipe queria. Cada lateral ou tiro de meta era uma eternidade. Mas de tanto insistir o Náutico terminou sendo recompensado aos 34 minutos, como sempre tendo os pés de Zé Mário na arquitetura da jogada. Ele cruzou da esquerda e Marcelinho subiu bem para desviar de cabeça e fazer 1×0. Os alvirrubros partiram para o abafa. Seria o gol para evitar as cobranças de pênaltis. Mas um foi o máximo que o time pernambucano conseguiria com um futebol tão pouco criativo e a definição da vaga foi mesmo para as penalidades.
Na hora de bater pênalti o Náutico mostrou mais competência e converteu com Elicarlos, Zé Mário e Marcelinho. Alessandro defendeu as cobranças de Fernando Belém e Lelo. João Paulo ainda mandou por cima.
Ficha de jogo:
Náutico: Alessandro; Jackson, William Alves, Leonardo e Zé Mario; Elicarlos, Yuri, Leleu e Marcos Vinícius (Vinícius); Rodrigo Careca (Hugo) e Geovane (Marcelinho). Técnico: Lisca.
Sergipe: Pablo; Moíses, Fernando Belém e Lelo; Bruno Bacabal (Magno), Rafael, Clóves, Jonathan (Raphinha) e Edinho; João Paulo e Júnior Pirambu (Raphinha). Técnico: Vinícius Saldanha.
Local: Arena Pernambuco. Árbitro: Charles Ferreira (AL). Assistentes: José Maria Neto e Luis Correa (ambos PB). Gols: Marcelinho, aos 34 do segundo tempo. Cartões amarelos: Marcos Vinícius, Dudu, Pablo, Bruno Bacabal, Rafael e João Paulo. Público: 1.497. Renda: R$ 21.440.