Sergipe segue em ritmo descendente no que diz respeito aos números da economia. Além das quedas constantes nos volumes de vendas e negócios dos setores de indústria, comércio e serviços, os números de emprego também mantêm quedas sucessivas neste ano. Entre janeiro e agosto de 2016, já são 14.620 postos de trabalho com carteira assinada a menos no estado, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio).
Em agosto deste ano, 1.001 trabalhadores foram desligados das empresas em que trabalhavam. A retração é de -0.34% em relação ao mês de julho. Com os números de agosto, já se perfazem oito meses seguidos de queda no volume de empregos no estado. Não houve nenhum mês do ano em que tenha acontecido crescimento no número de trabalhadores. A construção civil foi a responsável pelo maior número de demissões no mês analisado, com -810 postos de trabalho.
A indústria de transformação encolheu em -797 trabalhadores. Já o comércio perdeu -124 postos de trabalho, totalizando entre todos os setores -14.620 trabalhadores no mercado sergipano. Isso significa uma queda de -4.80% do número de empregados registrados no início deste ano. Em 2016, os três setores que mais demitiram foram a indústria, com -6.433 postos de trabalho, construção civil, com -2.992 trabalhadores e o comércio, com -2.208 empregados neste ano.
O presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, destacou a preocupação com a queda no volume de empregos no mercado sergipano. Laércio lembra que a economia local ainda sofre diretamente os efeitos do processo recessivo que tem acontecido ao longo dos últimos 30 meses, quando começou o período de turbulência econômica.
“A queda fremente no desempenho da economia e o aprofundamento da crise econômica gera números assustadores para o mercado sergipano. Temos que trabalhar para poder buscar a retomada no nível de empregos para os sergipanos. O desemprego afeta a renda familiar de forma direta, o que prejudica ainda mais o ciclo produtivo em Sergipe, que continua com a economia ainda sob as influências da recessão, com desemprego elevado. No ano, já foram fechados 14.620 postos de trabalho”.
O setor de serviços seguiu na contramão e gerou novas 682 vagas no mercado de trabalho sergipano. Complementando a parte positiva do mês, o ramo de agropecuária registrou o ingresso de 61 novos trabalhadores. O único setor que registra aumento de funcionários ao longo de 2016 é o de administração pública, que tem 73 trabalhadores a mais que no início deste ano. Laércio Oliveira pede mais ação do setor público para ajudar no resgate dos postos de trabalho da população sergipana.
“Apesar dos sinais de retomada de contratação de trabalho em algumas atividades produtivas, a economia ainda vai demorar a voltar a crescer. A economia ainda está deprimida e setores importantes da economia sergipana ainda estão com a produção retraída. Os salários estão com o poder de compra corroído e o consumo ainda em queda, dificultando as vendas do comércio. Seria importante sinais do setor público indicando que algumas medidas positivas estariam sendo tomadas, como políticas de qualificação profissional e de estímulo ao setor produtivo”, destacou Laércio.
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Ascom/Fecomércio